Os diretores Leo Garcia e Zeca Brito trazem mais uma obra ao cinema, A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro (2018), na qual procuram resgatar um personagem por vezes esquecido no Brasil. No filme, a história de Tarso de Castro é contada através de relatos de pessoas que conviveram com ele proximamente. Tanto colegas do Pasquim, como Jaguar e Sergio Cabral, quanto amantes, amigos e familiares, todos têm alguma história interessante sobre o jornalista. É assim que ficamos sabendo sobre sua paixão pela profissão, bebidas e mulheres, traços mais característicos de Tarso.
Dessa forma, já topamos com o detalhe mais marcante da produção: o modo como as entrevistas são conduzidas. É comum no gênero um tipo de gravação padrão, na qual o entrevistado fala diretamente com o entrevistador que não aparece em cena. Em A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro, os relatos eram conseguidos através de encontros casuais entre alguns conhecidos do jornalista, em bares, restaurantes ou até mesmo em suas próprias casas. A produção do filme os juntava e gravava, mas quem conduzia as histórias eram os próprios entrevistados. Ainda havia quem fizesse telefonemas!

Esse modo como são apresentados os fatos sobre a vida do criador do Pasquim acaba criando uma inquietação no público que pouco sabe sobre a figura. Fundador de inúmeros periódicos, amigo de muitas personalidades famosas e um verdadeiro inovador no meio jornalístico, Tarso não é muito lembrado nos dias de hoje. O que levanta a questão que o filme mesmo procura incitar: por quê?
A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro estreia dia 24 de maio. Assista ao trailer abaixo:
por Bruno Menezes
brunomenezesbaraviera@gmail.com