“Gente Grande” (Grown Ups), o mais novo besteirol hollywoodiano, estreou na última sexta. No elenco, nomes consagrados desse filão como Adam Sandler, Chris Rock, Rob Schneider, Kevin James e David Spade. De novo, só o título mesmo. Então, que venham as previsibilidades.
Logo de cara, temos o filme em si. Foi feito para agradar a um tipo de público já cativo, que sabe (ou tem uma boa noção) de tudo que vai acontecer. Está aí o grande mérito do elenco: a reunião desses nomes consagrados é certeza de público, além de dar a expectativa exata do que ele irá assistir. Dentre todas as promessas inevitáveis de diversão, há ao menos a certeza de que ninguém será enganado.
Por falar em diversão, outro papel que o filme cumpre bem é o de transmitir o clima descontraído que há em uma roda de amigos. Os momentos em que estão reunidos são os que rendem as piadas com mais risos da plateia.
A reunião de amigos, na história, também é a reunião de personagens individuais. Neste sentido, Sandler é o mesmo bom moço de “O Paizão”, por exemplo. Rob Schneider, o mesmo excêntrico da série “Gigolô por Acidente”. Kevin James, o gordinho boa pinta que é sacaneado, como em “Hitch: Conselheiro Amoroso”. E assim acontece com o resto das personagens.
O filme, ainda, concentra elementos clássicos do gênero. As personagens se quebram inteiras fazendo brincadeiras entre si, há mulheres bonitas de biquíni, há a epifania de que a vida deve ser melhor aproveitada, o time dos bonzinhos joga contra o time dos maus… Além disso, é interessante notar que os times são espelhos, com um bom moço, um negro, um gordinho boa pinta, um excêntrico e um garanhão loiro em cada. Talvez a maior escorregada seja o fato de que a morte do treinador não tenha tanta importância, atuando exclusivamente como pretexto para o filme.
“Gente Grande” cumpre o que propõe. Provavelmente não será um estouro de bilheteria, tampouco fracasso. É, antes, um filme que segue os moldes clássicos já testados em seu gênero. Não tem inovações, mas diverte seu público.
Por Paulo Fávari