Por Yasmin Teixeira (yasminteixeirasilva@usp.com) e Gabriela Barbosa (gabriela.barbosa18@usp.br)
A Campus Party Brasil superou as expectativas e apresentou o máximo das tendências tecnológicas e científicas que cercam o cenário acadêmico atual., Entretanto, ainda não satisfeita, o último dia de atividades do evento foi repleto de apresentações sobre as tão faladas Inteligências Artificiais, arte, e muitos outros temas.
A nanotecnologia e a Inteligência Artificial
Ainda durante a manhã, a Inteligência Artificial — não apenas como uma evolução singular e independente, mas também muito próspera conjuntamente com a nanotecnologia —, foi apresentada no Palco Petrobras pelo professor Delmárcio Gomes, especialista em nanotecnologia.,
Com demonstrações de sua própria pesquisa, o professor demonstrou as vantagens medicinais que as nanopartículas já apresentaram no cenário cirúrgico e também como a Inteligência Artificial pode ser vantajosa para esse mesmo cenário, ao contar com a otimização de suas próprias propriedades. Isso possibilita previsões de um diagnóstico médico avançado, antes mesmo do surgimento da doença no paciente.
Porém, o quarto dia de Campus Party não se limitou apenas a isso e apresentou outros temas, como o famoso telescópio James Webb, que teve seu merecido espaço no Palco Petrobras. Apresentado por Mirian Castejon e Marcelo Rubinho, mestres em Astronomia e integrantes do canal “Astrotubers”, os dois explicaram a tecnologia infravermelha de captação de imagens do telescópio e a intensa evolução na nitidez delas em comparação às produzidas pelo Hubble, antecessor do Webb.
A tecnologia em contato com as artes
E para acabar com o tradicional conflito entre tecnologia e arte, a Campus Party faz questão de aproximar os dois lados em seus eventos. Um exemplo foi a “Fashion Tech”. A competição de moda tecnológica foi uma das novidades trazidas nesta edição. A ideia da disputa é adicionar tecnologias, como as dos smartphones, em peças do vestuário.
A inspiração para essas criações vem da ideia de que, no futuro, a humanidade não precisará de dispositivos físicos para ter acesso à tecnologia: ela já estará incorporada em objetos do dia a dia. Isso pode ser facilmente alcançado por meio das vestimentas.
Além da competição, a discussão sobre moda envolta na tecnologia também apareceu em palestras. As falas de Anastacia Kaziuk e Marlon Max na discussão “Moda em 3 dimensões” mostraram como essas duas áreas estão relacionadas.
A moda é uma expressão cultural e, por isso, quando surge uma nova tecnologia, ela é diretamente influenciada. Antes da 1ª Revolução Industrial, todas as peças eram feitas à mão por artesãos, o que as tornava extremamente caras. Atualmente, é possível até mesmo desenvolver peças pelo computador, evitando perdas de tecido.
Desde o desenvolvimento de novos tecidos, que se adaptam às necessidades da sociedade — como o Dry-fit —, até a criação de roupas de luxo para personagens de jogos de computador, são muitas as possibilidades que a moda tecnológica pode proporcionar.
Ao final da fase nacional da competição, foram apresentados três modelos. Os ganhadores foram três estudantes de Design de Moda da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Eles criaram um vestido que detecta crises de ansiedade e ataques de pânico, por meio de sensores de temperatura e batimentos cardíacos, e ativa um mecanismo para auxiliar a pessoa a se acalmar.
Também, fora do quesito moda, a Campus procurou trazer arte por meio de impressoras de desenhos 2D e 3D. As peças foram apresentadas pela Universidade do Estado de Mato Grosso e funcionam a base de plástico vegetal que, além de ser sustentável, não é inflamável, evitando possíveis acidentes e, assim, produzindo qualquer tipo de desenho escolhido.
Confira outras matérias da nossa cobertura da CPBR15:
http://jornalismojunior.com.br/campus-party-2023-um-acampamento-que-nao-dorme/
*Imagem da capa: Acervo Pessoal/Lucas Lignon