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Campus Party 2023: confira os debates sobre o futuro da tecnologia na 15ª edição

Especialistas trazem para mais perto do público tendências de áreas como inteligência artificial, robôs e divulgação científica

Por Lucas Lignon (lucas.lignon@usp.br)

A 15ª edição da Campus Party Brasil (CPBR15) é uma feira imersiva que reúne entusiastas e especialistas do mundo da tecnologia e mostra, em sua programação, que a Inteligência Artificial já está presente em nosso cotidiano — e a tendência é ficar cada vez mais.

Distribuídas entre grandes palcos — como o What’s Next e o Petrobrás — e menores, protagonizados pela comunidade “campuseira”, as apresentações pautam o futuro da tecnologia, cada vez mais próximo do presente, e como a sociedade deve se preparar para encarar essas mudanças. Desigualdades digitais e os limites de uso e do acesso a informações também são abordados pelos especialistas.

Assuntos como negócios, educação, divulgação científica e o futuro da tecnologia marcam constante presença nesta edição da Campus. Lucy Hawking, Cid Cidoso (Não Salvo), Bruno Sartori e Dani Monteiro são alguns dos nomes que compartilham suas experiências na CPBR15.

Confira a seguir os principais destaques acompanhados pelos repórteres da Jornalismo Júnior.

Palestra “Journey to the Futuremaking it a place we want to visit”, da comunicadora científica Lucy Hawking. [Imagem: Acervo Pessoal/Lucas Lignon]

Lucy Hawking – uma viagem para o futuro

O maior destaque do evento foi a participação internacional da jornalista e escritora inglesa Lucy Hawking. Filha do físico Stephen Hawking, ela trilhou sua carreira por meio divulgação científica próxima ao trabalho de seu pai. Seu público alvo são principalmente crianças: sua série de livros sobre George, um garoto que explora o universo junto do leitor, já foi traduzida para mais de 38 idiomas.

Na CPBR15, sua palestra “Journey to the Future — making it a place we want to visit” traça um panorama sobre as dificuldades da divulgação científica do mundo em que vivemos. Entre desinformações e negacionismos, ela ressalta a importância da ciência em comunicar de maneira simples a um público amplo para combater problemas, como as mudanças climáticas.

Durante a apresentação, ela mostra a admiração e inspiração pelo pai, bem como sua capacidade de comunicar assuntos tão complexos de maneira próxima e divertida. Ao público, ela parafraseia seu pai transmitindo esperança ao público: “Olhe para as estrelas e não para o seu pé. Tente entender o que vê, e imagine o que faz o universo existir. Seja curioso”.

Como usar o Chat GPT a seu favor

A arquiteta e engenheira de dados Dani Monteiro convidou o público da Campus para um mergulho nas funcionalidades e aplicações do ChatGPT e de outras Inteligências Artificiais. Apesar de poder nos ajudar em tarefas cotidianas, ela destaca a importância da ética no uso e os cuidados com a ferramenta.

Em entrevista à Jornalismo Júnior, Dani explica que é necessário entender como o modelo de IA utiliza dados pessoais: se podem ser vendidos ou trazer algum transtorno. “Sempre precisamos estar muito atentos em onde vamos investir o que temos de mais caro, que são nossas informações”, afirma.

Dani Monteiro explica o universo de possibilidades oferecidas por Inteligências Artificiais. [Imagem: Acervo Pessoal/Lucas Lignon]

Para iniciantes no mundo da IA, a arquiteta de dados recomenda o ChatGPT, que é uma página livre onde diversos testes podem ser feitos. Ela reforça que não é necessário conhecer nada de programação: “Você faz uma pergunta e a Inteligência Artificial traz uma resposta”. O único cuidado é estar atento a quais dados são fornecidos ao sistema.

Dani Monteiro deseja que o futuro da inteligência artificial seja para todos: “Uma Inteligência Artificial que combata as desigualdades, que vá em busca de dados sem vieses para que o resultado dos modelos de IA sejam mais justos.”

Bruno Sartori

Considerado o “bruxo dos vídeos”, Bruno Sartori é jornalista, criador de conteúdo e principal referência brasileira no deepfake. A técnica consiste em utilizar Inteligência Artificial para recriar movimentos faciais e vozes de pessoas. Em sua apresentação, Sartori traça um panorama sobre como a tecnologia funciona, as implicações éticas de seu uso e o futuro da mídia sintética. O jornalista utiliza o deepfake para criar conteúdos humorísticos com base em vídeos de celebridades em suas redes sociais. Em entrevista à Jornalismo Júnior, ele afirma que já produzia vídeos com troca de rostos, mas em softwares mais tradicionais — sem o uso de IA. “Buscando aperfeiçoar esse trabalho, eu acabei encontrando um fórum no Reddit, onde essa tecnologia estava disponível.”

“Refiz o vídeo do Silvio apresentado o Jornal Nacional pra vocês terem uma ideia do salto de qualidade que a tecnologia teve”, legenda de Bruno Sartori em Reels no Instagram. [Imagem: Reprodução/ Instagram Bruno Sartori]

Bruno Sartori relata que pensou: “Se estão usando com pornografia, eu posso usar para colocar qualquer cantor cantando nos meus vídeos”. A partir daí, começou a aprender a tecnologia para usar em seu trabalho. Ele ressalta que toma cuidado para que seus vídeos não sejam interpretados como conteúdo falso, e sim como produções humorísticas.

Para Sartori, a geração de vídeos vai ser completamente automatizada: “Não vai mais precisar filmar um passarinho voando no céu, vai ser só digitar e a IA vai gerar para você”. Além disso, cortes específicos de cenas que podem ser virais, por exemplo, serão feitos de forma automática. “A tendência é a automatização do processo para que a inteligência faça a maior parte do seu trabalho”, afirma.

Bruno Sartori aponta as potencialidades de deepfakes e suas implicações éticas. [Imagem: Acervo Pessoal/Lucas Lignon]

Máquinas que sentem? Um olhar sobre a Robótica Emotiva

Em ficções científicas, o tema de máquinas com sentimentos é muito recorrente. O painel foi apresentado por Nicole Victory, Cristina Matsunaga, Diogo Lacerda, Erick Simões, associados à CESAR School no Recife. O grupo de computação física GARAGino estuda a relação entre humanos e robôs, em busca de simulações e expressões de sentimentos.

Inicialmente, explicam ao público a diferença entre afeto e emoção: o primeiro está relacionado ao estímulo que produz uma informação; enquanto o segundo está relacionado com a resposta dada a esse estímulo. Sentimento é a racionalização da combinação entre afeto e emoção. Essa diferenciação permite entender que uma robótica afetiva (que produz respostas a estímulos) está muito mais perto do que uma robótica que tem afeto ou racionaliza esses processos.

Erick Simões, doutorando em Engenharia de Software, afirma em entrevista à Jornalismo Júnior que provavelmente alcançaremos “o reconhecimento por parte dos usuários dos sentimentos dos robôs, por mais que não seja reconhecido como real”. Para ele, “o maior desafio é encontrar parâmetros que nos conduzam sobre como construir as emoções”. 

O grupo de estudo interdisciplinar do qual participa faz testes para entender possibilidades futuras na relação humano e robô. “O que a gente está fazendo hoje é pesquisar, experimentar e ver quais são as reações das pessoas sobre as entradas e as saídas de emoções”, explica Simões.

Grupo de pesquisa debate sobre a possibilidade de robôs sentirem emoções como humanos. [Imagem: Acervo Pessoal/Lucas Lignon]

Confira outras matérias da nossa cobertura da CPBR15:

http://jornalismojunior.com.br/campus-party-2023-15a-edicao-em-sao-paulo-traz-inteligencia-artificial-e-inovacoes/

http://jornalismojunior.com.br/campus-party-2023-um-acampamento-que-nao-dorme/

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*Imagem da capa: Acervo Pessoal/Lucas Lignon

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