O último dia da FLIPOP 2019 se encerrou com emoção, sorrisos e representatividade. Com apenas cinco mesas de conversa, ainda deu tempo de pensar literatura, aproveitar livros com desconto e ter livros autografados pelos autores que ali estavam.
Na Sala Adoniran Barbosa, a primeira conversa foi com a escritora canadense Kristen Ciccarelli, mediada por Tamirez Santos. A sala, assim como no dia anterior, também disponibilizou fones de ouvidos para tradução simultânea. Kristen comentou sobre seus livros A caçadora de Dragões e A rainha aprisionada, e deu dicas para quem quer ou está começando a escrever.
Em seguida, no Espaço Missões, a discussão foi sobre a volta das comédias românticas, tanto nos livros, quanto nos filmes. O debate, mediado por Bruna Miranda e Mayra Sigwalt, contou com a gravação do podcast Wine About It e tinha como convidados os escritores Olívia Pillar, Vitor Martins e Clara Alves. A interação entre todos divertiu a plateia. Inicialmente leve, o clima do debate ganhou profundidade ao questionarem a falta de representatividade nas comédias tradicionais dos anos 1990 e 2000, com personagens e tramas predominantemente cis, héteros e brancas.
Os autores começaram a dividir histórias de leitores negros e LGBTs que se sentiam representados por suas obras, emocionando o público. Lágrimas escorreram de todos da mesa. O momento seguinte foi de perguntas “pelo amor de Deus mais leves”, como pediu Vitor. Depois de uma série de questionamentos feitos pela plateia, o clima voltou a ficar descontraído, finalizando o debate com um parabéns para Mayra, que faz aniversário nessa semana, juntamente com um bolinho com velas. Essa mesa, foi, com certeza uma das mais marcantes da FLIPOP 2019.
Os últimos debates foram A família que a gente escolhe, na Sala Adoniran Barbosa, e O futuro é negro: o afrofuturismo no Brasil e no mundo no Espaço Missões. O primeiro discutiu sobre os amigos como rede de apoio para o jovem, essencial para o seu descobrimento e formação de sua individualidade. Da mesa, participaram os autores Lucas Rocha, Luisa Geisler, Fernanda de Castro Lima e Arthur Tertuliano. Já o segundo, contou com Ale Santos, Fabio Kabral e Petê Rissati. Muito se debateu sobre o protagonismo negro e a presença da espiritualidade africana na literatura. Além disso, comentou-se referências de artistas negros e o afrofuturismo como movimento estético e literário. Finalizada as duas mesas, o evento se estendeu um pouco mais para as sessões de autógrafos.
A FLIPOP, ao longo de seus três dias, caracterizou-se por seu clima acolhedor, literário e pensante. A maioria dos temas dos debates foram engajados, com discussões críticas sobre literatura e história, sociedade e atualidade. O festival também foi uma ótima oportunidade de conhecer e falar com novos escritores, que se mostravam muito acessíveis para autógrafos, abraços e conversas. O evento se encerrou por aqui, mas já promete despertar emoções,literatura e representatividade para a FLIPOP 2020.