Por Stella Bonici
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Sabe aquela história que apanhar é bom porque amadurece? Pois então, depois de 3 anos de muito soco na cara, desde o lançamento de Kick-Ass – Quebrando tudo (Kick Ass, 2010), estreia Kick-Ass 2 (2013), com personagens mais maduros, uma história mais desenvolvida e um humor muito, mas muito mais afinado.
Depois de sair às ruas vestido de superherói e fazer justiça com as próprias mãos, mesmo sem ter superpoder nenhum, Dave Lizewski (Aaron Taylos-Johnson), o Kick-Ass, inspirou montes de outras pessoas comuns a fazerem o mesmo. O filme começa com um treinamento árduo do herói com Mindy Macready (Chlöe Grace Moretz), a Hit-Girl, e logo em seguida, os dois saem para combater o crime na cidade de Nova York.
Já na primeira missão, contra uma gang, Kick-Ass mostra que seu treinamento deu certo, e bate bastante. Mas também revela seu lado humano, comprovando que quatro contra um é muita sacanagem, e apanha feio. Então, para resolver a situação, Hit-Girl entra, salva o couro do herói e acaba com os bandidos.
Apesar de aparentemente ter dado certo, essa missão não foi tão bem sucedida. Não para Mindy. Após a morte de seu pai, Big Daddy (Nicolas Cage) no primeiro filme, quem fica com sua guarda é o sargento Marcus Williams (Morris Chestnut), que a proíbe de continuar com o combate ao crime, temendo o mesmo fim de Big Daddy à garota. Por isso, ela decide se aposentar e deixar a carreira de Hit-Girl para trás.
E de fantasia de heroína, Mindy passa a usar fantasia de patricinha. Ela tenta levar uma vida normal, com amigas “normais” e roupas da moda. Enquanto isso, Dave procurava novos parceiros para combate, e é aí que ele conhece, o “Justice Forever”, que tem como líder o Coronel Stars and Stripes (Jim Carrey).
Mas, como todo mundo sabe, para ter superherói, tem que ter supervilão. Por isso, Chris D’Amico (Christopher Mintz-Plasse), ex-Red Mist, em Kick-Ass – Quebrando Tudo, se torna The Motherfucker. Após Kick-Ass matar seu pai no primeiro filme da saga, Chris, agora, quer vingança e monta um grupo de vilões para acabar com a raça de Dave. Já o desfecho dessa história, só assistindo para saber.
No geral, em Kick-Ass 2, acontece uma mistura de Tarantino com Marvel Comics e Nunca Fui Beijada (Never Been Kissed, 1999 – aquele filme Sessão da Tarde com a Drew Berrymore). Tarantino porque, no filme, as pessoas, de fato, se machucam, se arrebentam e sangram – mas sangram à la Tarantino, com aquele jorro de sangue. Marvel Comics porque, obviamente, é uma história em quadrinhos, apesar de ser a mais real que eu já vi. E Nunca Fui Beijada, porque, no meio disso tudo, ainda teve um espaço, genialmente encaixado, para uma história de ensino médio – que, se não teve um final feliz para os personagens, com certeza, para o telespectador, vai ter. Além disso, é interessante como o filme consegue nos levar do riso à tristeza em uma questão de minutos, mas com tudo muito bem encaixado, sem atropelamento dos fatos.
É, “Lei da Palmada” que se cuide… Porque se teve uma coisa que o longa mostrou é que apanhar é bom, sim: rende muitos minutos de prazer em frente à tela do cinema.