Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Lucy: tiro, porrada e bomba

por Thiago Castro thiagocastro96@gmail.com Há alguns anos, ganhou força o mito de que usamos apenas 10% do nosso cérebro. Se temos acesso apenas a essa ínfima parte, o que seríamos capazes de fazer com 100%? A ciência já cansou de desmentir o boato, afirmando que o ser humano usa toda a sua capacidade cerebral. Mas …

Lucy: tiro, porrada e bomba Leia mais »

por Thiago Castro
thiagocastro96@gmail.com

Há alguns anos, ganhou força o mito de que usamos apenas 10% do nosso cérebro. Se temos acesso apenas a essa ínfima parte, o que seríamos capazes de fazer com 100%? A ciência já cansou de desmentir o boato, afirmando que o ser humano usa toda a sua capacidade cerebral. Mas mesmo assim, essa é a premissa de Lucy, filme estrelado por Scarlett Johansson e Morgan Freeman.

O longa abre com a protagonista Lucy (Scarlett Johansson) tentando ser convencida por um amigo a entregar uma pasta para um poderoso empresário coreano. Ela caiu em uma armadilha, e acaba sendo usada para transportar em seu estômago uma nova droga sintética. Porém, ao sofrer agressões de seus raptores, o produto vaza em seu organismo, o que gradativamente faz com que ela acesse uma porcentagem cada vez maior de sua capacidade cerebral, lhe conferindo poderes ilimitados.

http://cinepop.virgula.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/05/lucy_5-650x400.jpg

A estética do filme é muito bem produzida. Os efeitos especiais são ótimos, repletos de cenas de ação, tiros e superpoderes da heroína. Vemos na tela a porcentagem atual usada pelo cérebro de Lucy, que servem de demarcações para sua evolução. Também são usadas cenas de animais em certos momentos de tensão, comparando os seres humanos à natureza.  A trilha sonora consegue acompanhar bem o ritmo, mesclando músicas clássicas com contemporâneas.

Scarlett está perfeita como sempre. Seu magnetismo é poderoso, carregando o filme nas costas. Já Morgan Freeman, que faz Samuel Norman, um professor universitário, tem como papel contar ao público o que se passa com Lucy, quase sendo uma espécie de narrador. Restou a ele um papel apagado perto da protagonista.

http://www.papodeblogueiro.com/wp-content/uploads/2014/04/primeiro-trailer-do-filme-lucy-estrelado-por-scarlett-johansson.jpg

A história é um pouco pretensiosa. O longa tenta levantar perguntas existenciais a la Matrix. O que nos torna humanos? Qual a responsabilidade de ter poderes ilimitados? Qual a relação do tempo e a vida? Esses questionamentos são trabalhados às pressas nos quase 90 minutos de filme, junto com todas as cenas de perseguições e tiros. Porém muitas vezes fica difícil engolir todas as explicações e teorias mirabolantes de um mundo paralelo onde uma garota torna-se capaz de tudo após uma super dose de uns cristais azuis.

Os personagens são pouquíssimo aprofundados, mas é essa a intenção. Não importa quem seja, de onde Lucy veio ou quem ela é. O foco está no uso de suas novas habilidades e nos questionamentos que elas trazem. Porém o filme acaba se reduzindo a uma mera perseguição sem fim e a uma evolução constante das capacidades da loira, até chegar no aguardado 100%.

http://cinepop.virgula.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/07/lucy_18-650x400.jpg

Lucy é um filme agradável, bem produzido e estrelado maravilhosamente bem por Scarlett Johansson. As cenas de ação e a protagonista enfrentando os vilões com suas incríveis habilidades são o ponto alto do filme. Merece destaque também a desumanização que Lucy sofre, sendo quase um paradoxo. Quanto mais usa seu cérebro, menos se torna humana. O roteiro é pretensioso, muitas vezes difícil de engolir, mas é uma boa pedida para uma tarde de domingo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima