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Pais e Filhas: amor e superação em um drama comum

por Mel Pinheiro mel.pinheiro.silva@gmail.com O nome Gabriele Muccino não é muito conhecido, porém os filmes do diretor já conquistaram o grande público. Seus dois longas de maior sucesso são estrelados por Will Smith em suas atuações mais marcantes: À Procura da Felicidade (The Pursuit of Happyness, 2006) e Sete Vidas (Seven Pounds, 2008). Em seu novo …

Pais e Filhas: amor e superação em um drama comum Leia mais »

por Mel Pinheiro mel.pinheiro.silva@gmail.com

O nome Gabriele Muccino não é muito conhecido, porém os filmes do diretor já conquistaram o grande público. Seus dois longas de maior sucesso são estrelados por Will Smith em suas atuações mais marcantes: À Procura da Felicidade (The Pursuit of Happyness, 2006) e Sete Vidas (Seven Pounds, 2008). Em seu novo trabalho, Pais e Filhas (Fathers and Daughters, 2015), Muccino mantém o drama familiar que tornou suas produções famosas, porém deixa um pouco de lado as histórias inspiradoras e “feel good” para dar lugar ao sofrimento dos personagens principais diante de uma fatalidade.

A história tem início no acidente de carro que mata Patricia (Jenny Vos), esposa de Jake (Russell Crowe) e mãe de Katie (Kylie Rogers). Atingido pelo luto e pela depressão, Jake é obrigado a se tratar em uma clínica psiquiátrica, deixando a filha com o tios. Depois de 7 meses de tratamento, ele recebe alta e busca a menina para voltar a morar com ele. A partir desse momento, o filme se divide em dois momentos e passa a mostrar simultaneamente também a vida de Katie 25 anos depois (e dessa vez interpretada por Amanda Seyfried).

Os desafios de Jake em criar a filha sozinho, somado à sua tentativa de voltar ao seu ofício de escritor e às convulsões que insistem em reaparecer são os aspectos que dão o ritmo e o tom principal do filme. As cenas mais emocionantes estão focadas nessa relação entre pai e filha e na batalha constante de Jake para ficar perto da menina e vê-la feliz. A química entre os dois atores contribui bastante para atiçar a sensibilidade do espectador: a atriz mirim Kylie Rogers é ótima e Crowe também está muito bem com o papel de pai zeloso. Destaque para a tocante e essencial cena dos dois cantando a música Close to You, dos The Carpenters.

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Porém, se a história de Jake e a filha criança segura toda a parte emocionante do filme, a trama de anos depois deixa a desejar. A Katie de 30 e poucos anos faz doutorado em psicologia e cuida de crianças com problemas psicológicos, enquanto faz terapia para entender sua infância complicada e suas consequências em seu futuro, influenciando em um comportamento autodestrutivo e introspectivo. As coisas começam a mudar quando ela conhece Cameron (Aaron Paul, da série Breaking Bad), por quem se apaixona pela primeira vez. Essas três problemáticas da personagem são mal construídas e desperdiçam ótimas atuações, como a de Octavia Spencer, que interpreta a chefe de Katie, e a jovem Quvenzhané Wallis, que faz o papel de sua paciente, além da própria Amanda Seyfried. O drama da Katie adulta só ganha força nas últimas cenas do filme, infelizmente, pois o potencial de explorar seus problemas era enorme. Uma pena.

Apesar dessa falha, o longa deve agradar os fãs do gênero e dos outros filmes do diretor. Pais e Filhas estreia nos cinemas brasileiros no dia 19 de maio, confira o trailer:

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