Bruna Buzzo
A Princesa de Nebraska conta a história de uma menina confusa e perdida em um ambiente estranho, é um relato da solidão e uma critica à globalização, que integra desintegrando. O diretor Wayne Wang gosta desse tipo de relato. Em São Paulo, este longa estréia junto com outro filme seu, Mil Anos de Orações , de temática semelhante.
A diferença básica é que Mil Anos conta a história de um senhor chinês perdido em meio à cultura e costumes norte-americanos e A Princesa retrata a busca de uma menina sino-americana por aceitação. Nascida nos EUA, Sasha (Li Ling) viveu uma parte de sua vida na China; ali se apaixonou, engravidou e voltou para os Estados Unidos pensando em abortar. Os últimos 4 meses foram um período tenso em sua vida: sozinha, grávida e sem saber o que fazer, a jovem talvez precisasse apenas de amigos, mas tudo que encontra nos ambientes que tenta freqüentar é deslocamento.
Formular uma sinopse deste filme partindo apenas do que se vê na tela não é tarefa fácil, recorrer a uma sinopse pronta pode ser bem mais fácil se você procura por um resumo do longa. Este não é um filme de informações explícitas, daí a dificuldade com a sinopse. O diretor deixa muitas coisas jogadas; a ação acontece e o espectador aos poucos vai entendendo o desenrolar das cenas.
Filmado de modo inovador, A Princesa tem cenas menores (a imagem no cinema diminui), filmadas com o celular da personagem principal, que ainda mantêm uma complicada relação à distância com o pai do filho que carrega, e, nos EUA, estreiou diretamente no YouTube.
A fotografia simples tem momentos inspirados com o giro das luzes de São Francisco, em uma forma interessante de retratar o movimento da noite e a confusão mental da protagonista. Aos olhos da jovem Sasha, tudo parece deslocado e triste. A moça se sente eternamente perdida. Como se sua vida houvesse mergulhado em uma noite eterna.