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Ensaio | Saga ‘Premonição’: Os altos e baixos de uma das franquias mais queridas do terror

Completando 25 anos em 2025, franquia 'Premonição' se consagrou como uma das mais amadas pelo público e voltou aos holofotes com lançamento do sexto filme da saga após 14 anos em hiato
Por Ana Carolina Mattos (a.carolinamattosn@usp.br)

E se aquilo nunca tivesse acontecido? Se aquele motorista não estivesse bebendo na estrada? Se aquele avião nunca tivesse decolado? E se aquele acidente nunca tivesse acontecido? O “e se?” é uma das perguntas mais difíceis de todas, principalmente quando contempla a possibilidade do fim da vida, que carrega a incerteza do que não podemos controlar ou prever. Essa é a premissa da franquia de terror Premonição (Final Destination, 2000-2025), que tem como narrativa base uma espécie de destino que deve ser cumprido quando chegar a hora: não se escapa da morte. 

Como outras tantas franquias, Premonição tem características marcantes que unem todos os filmes. Alguém tem uma visão de uma catástrofe fatal e, com medo, avisa amigos e pessoas próximas, tentando evitar a tragédia. A estratégia não funciona para todos e apenas um seleto grupo acaba saindo da situação e escapando da morte — ou acredita ter escapado. A partir daí, os sobreviventes ficam numa espécie de caçada contra a morte, que parece cercá-los para sempre.

Apesar de muito famosa, a franquia teve 5 filmes que foram decaindo sob os olhos do público a cada lançamento, sendo o último deles em 2011. Na época, os filmes 6 e 7 já estavam previstos pela produtora New Line Cinema, mas, devido à recepção fora do esperado do quinto filme, foram deixados de lado, com a continuação confirmada apenas em 2019. 

Agora, 14 anos depois, o filme Premonição 6: Laços de Sangue (Final Destination 6: Bloodlines) ressurge com a ideia de resgatar a franquia. Com estreia em maio deste ano, o longa apresenta uma proposta um pouco diferente do conhecido. Uma jovem estudante é assombrada por um sonho violento sobre uma tragédia na inauguração de um restaurante, em que assassina todos os presentes no evento, incluindo a protagonista do sonho. Com dificuldade para dormir e com sua vida diretamente afetada pelo sonho, a jovem volta para casa procurando alguém que possa ajuda-lá a superar isso e, consequentemente, a salvar toda sua família de um fim trágico.  

Por que Premonição é tão marcante no terror?

Com o primeiro filme lançado nos cinemas em 2000, Premonição (Final Destination, 2000) surge num período interessante do cinema de terror: a era da revitalização e ressignificação do slasher, um subgênero do terror. Esse subgênero tem características clássicas, como um assassino, normalmente mascarado, que ataca um grupo de pessoas sem nenhum motivo aparente. São filmes violentos, chegando até mesmo a um nível grotesco, e contam com um alto número de mortos. Os poucos, ou nenhum, sobreviventes e assassinos acabam se tornando figuras carimbadas do cinema de terror.

O slasher se tornou muito popular e uma explosão de franquias surgiram entre o final da década de 1970 e, principalmente, na década de 1980. De O Massacre (Slumber Party Massacre, 1982) a Sexta-feira 13 (Friday the 13th, 1980), o subgênero se estabeleceu bem no terror, mas, com o tempo, foi se desgastando e deixou de ser o estrondoso sucesso de antes. Foi apenas em 1996 com Pânico (Scream, 1996) que o slasher voltou a cair nas graças do público, mas com uma nova roupagem.

Quebrando estereótipos do terror, ‘Pânico’ se consagrou como um dos melhores filmes de terror da década de 1990 [Imagem: Reprodução/IMDb]

O filme se passa em uma pequena cidade dos Estados Unidos, onde jovens recebem ligações misteriosas que testam seus conhecimentos sobre filmes de terror e são perseguidos por um assassino com uma máscara de fantasma, conhecido como Ghostface. Apesar de Pânico parecer um slasher comum à primeira vista, a obra lida com temas clássicos de forma diferente, tratando os assassinos de maneira mais humana, menos indestrutível, além de quebrar estereótipos como o de final girl inofensiva. É uma sátira das troupes do slasher. Com essa nova forma de interpretar o subgênero, diferentes filmes de terror surgiram entre os anos 1990 e 2000, o que abriu caminho para cada vez mais mudanças no slasher. O próprio Premonição é um desses filmes.

Diferente dos slashers típicos, na franquia Premonição o terror não está na perseguição promovida por algum assassino indestrutível, pesadelo ou monstro, mas sim na ideia de um destino e a impossibilidade de escapar da morte. Na saga, os personagens são assombrados pelo medo constante da morte, que, mesmo após sobreviverem e escaparem de uma tragédia, continua perseguindo aqueles que, se não tivessem dado ouvidos à premonição, estariam mortos. 

A premissa da principal ameaça da franquia ser algo tão comum atraiu muitos espectadores que, cansados de assassinos super fortes e personagens repetitivos, se viraram para a franquia, cujos filmes carregam tensão, surpresa e, principalmente, criatividade. Os “acidentes” vividos pelos personagens usam de acasos e contribuem para um espécie de efeito dominó que resulta nas mortes mais diferentes e grotescas possíveis. 

Responsável por criar a paixão por terror em alguns e a rejeição pelo gênero em outros, é inegável que a franquia passou por diferentes fases ao longo de seus 25 anos de duração. No entanto, ela sempre manteve o suspense e as paranóias criadas a partir de cenas de mortes extremamente exageradas, violentas e gráficas, que, desde o primeiro filme, são um dos pontos mais marcantes da franquia. 

Premonição (Final Destination, 2000)

A trama foi originalmente pensada como um possível roteiro para um episódio da série ‘Arquivo X’ (The X Files, 1993-2018) [Imagem: Reprodução/IMDb]

Alunos do último ano de um colégio se preparam para uma viagem à Paris. Alex (Devon Sawa), um dos estudantes que embarca no voo 180, adormece pouco antes da decolagem e tem uma espécie de sonho premonitório em que o avião explode, matando todos a bordo instantaneamente. Alex acorda assustado e faz um tumulto, gritando sobre o perigo que estão prestes a vivenciar, é expulso do voo e algumas pessoas acabam saindo do avião com ele. 

Alguns minutos depois da decolagem, a aeronave explode, assim como Alex havia previsto. Tempo depois, os sete sobreviventes acreditam que podem seguir suas vidas normalmente, mas as mortes misteriosas e absurdas de alguns deles provam que estão errados e que a morte voltou para terminar o serviço.

Por se tratar de um medo comum, o acidente de avião não é o mais criativo, mas é um dos mais bem dirigidos da franquia. O filme se leva mais a sério que alguns de seus sucessores, mas Premonição é marcado por suspense, e, como se trata do primeiro, não existem regras ou algum conhecimento prévio sobre como a morte age, o que cria um cenário de incerteza e tensão ainda maior para os espectadores. 

Aqui, a morte assume um caráter mais vilanesco, uma presença que toma forma de sombra quando está prestes a agir. Em duas mortes iniciais do filme, a sombra que representa a morte pode ser vista como um reflexo num espelho e em uma chaleira. Essa forma de representação, que é abandonada nos filmes seguintes, busca personificar a morte, com a intenção de torná-la mais assustadora aos olhos do público, mas o objetivo não é necessariamente atingido, já que  muitos fãs classificam a ideia como brega.

É no primeiro filme que o personagem mais marcante de toda a saga aparece, o legista William Bludworth, interpretado por Tony Todd. Apresentado e mantido como uma das principais fontes das regras e teorias sobre a franquia, Bludworth é uma espécie de bússola das adversidades enfrentadas pelos personagens, ajudando os sobreviventes a entender como a perseguição da morte funciona e, talvez, até mesmo como tentar driblá-la.

Tony Todd como William Bludworth em sua primeira aparição na franquia [Imagem: Reprodução/IMDb]

Sem uma visão, flashback ou sonho, em Premonição, o protagonista presta atenção aos arredores para tentar entender as diferentes formas de como a morte pode agir. Em uma das primeiras mortes do longa, a sequência intercala entre cenas de acidentes improváveis com seu amigo Tod (Chad Donella), um dos sobreviventes do voo 180, e cenas em que o protagonista recebe uma série de dicas, que o levam a acreditar que a próxima vítima pode ser seu amigo. 

Ao chegar na casa de Tod, ele descobre que estava correto. Esse acontecimento leva Alex a ficar mais atento aos sinais da morte, tornando ele e os outros sobreviventes mais aptos e preparados para a luta contra ela. Com mortes menos elaboradas que os próximos filmes e personagens simples mas cativantes, Premonição segue como um dos melhores filmes da saga, sendo um importante ponto de partida de uma das franquias mais amadas do terror dos últimos anos.

Premonição 2 (Final Destination 2, 2003)

Em ‘Premonição 2’, as mortes seguem a ordem inversa do previsto na premonição da protagonista; esse é o único filme da saga em que isso acontece [Imagem: Reprodução/IMDb]

Kimberly (A.J. Cook) se prepara para viajar com seus amigos. No meio do trajeto, ela tem uma premonição de que um tronco de madeira preso a um caminhão de carga se solta, causando uma série de acidentes na estrada que levam à morte de diversas pessoas. Assustada com a visão, Kimberly para o carro e se recusa a dirigir, impedindo que outros carros acessem a via e, assim, salva a vida daqueles que deveriam ter morrido no acidente.

Diferente do primeiro filme, em que os sobreviventes eram colegas de classe, aqui as pessoas salvas por Kimberly não possuíam nenhum tipo de conexão para além do fato de estarem no mesmo local,  em um mesmo horário. Isso contribui para uma das principais críticas a Premonição 2: a dificuldade em se apegar aos personagens, que são pouco explorados e não possuem nenhum conflito, o que torna difícil torcer e realmente sentir angústia, tristeza e decepção pela morte da maioria deles. 

Apesar disso, a sequência conta com um dos mais marcantes acidentes de toda a franquia, além de mortes mais criativas e exageradas que o filme anterior, com cenas que envolvem decapitação em elevadores, afogamento e pessoas esmagadas por escadas.

Premonição 2 possui guias para os novos alvos da morte, o legista William Bludworth e uma sobrevivente do filme anterior, Clear Rivers (Ali Larter). Se passando apenas um ano após os eventos do primeiro filme, os sobreviventes de Premonição 2 também contam com maior conhecimento sobre a perseguição da morte, tanto pelo acidente do voo 180 quanto pelos conhecimentos de Clear e do misterioso legista.

Além disso, o filme apresenta novos conceitos e regras para lidar com a morte, incluindo a ideia de que a única forma de se combatê-la é com a vida, desenvolvida com maior profundidade apenas no quinto filme da saga. E, ao contrário do protagonista de Premonição, Kimberly não fica atenta aos sinais para descobrir em que momento a morte se aproxima ou a maneira como ela irá agir. Ela tem visões rápidas das diferentes formas que a morte irá atacar os sobreviventes ao longo do filme.

Apesar de importante para fortalecer as características básicas da franquia, de contar com um dos acidentes mais memoráveis e ser um dos únicos filmes a deixar em aberto se os personagens conseguem sobreviver ou não, Premonição 2 perdeu espaço com os filmes seguintes. Ele é tido por muitos fãs como um dos mais esquecíveis.

Premonição 3 (Final Destination 3, 2006)

Apesar de não atuar no filme, Tony Todd faz a voz de instrução da montanha russa em que o acidente acontece [Imagem: Reprodução/IMDb]

Em um parque de diversões, Wendy (Mary Elizabeth Winstead) passeia com seus amigos enquanto tira fotos para o anuário da escola, uma edição especial do livro, pois irão se formar em algumas semanas. Ao entrarem numa montanha russa, Wendy tem a visão de um acidente horrível que irá causar a morte de todos. Assustada, Wendy grita para sair e pede para que não iniciem o trajeto, mas acaba sendo expulsa do brinquedo, levando com ela algumas pessoas que desistem da atração, o que salva a vida delas por um curto período de tempo. 

Com uma das melhores atuações de toda a franquia pela atriz Mary Elizabeth Winstead, a interpretação adiciona novas camadas ao filme, que lida com o luto de uma maneira mais convincente e aprofundada que os anteriores. Esse fator torna as mortes de Premonição 3 mais devastadoras e aumenta a tensão e o senso de perigo de que a morte está à espreita.

Premonição 3 é o que melhor trabalha as ideias estabelecidas pela franquia, com algumas das mortes mais criativas e inesquecíveis da saga, como uma série de eventos esquisitos que levam alguém a ser assassinado por uma máquina de pregos e o próprio acidente da premonição de Wendy. 

Aqui, os personagens conhecem a história do voo 180 e o caso do acidente na rodovia e, assim, conhecem melhor as regras da morte e a situação em que se encontram. Com tudo isso, os personagens de Premonição 3 não contam com alguém que tenha experiência prévia nos efeitos da premonição. O filme confia na inteligência e capacidade de seus personagens para descobrirem e lidarem com tudo. 

Além disso, a morte volta a assumir um caráter mais sigiloso e sorrateiro. As pistas que ajudam Wendy a entender como a morte pode atacar vêm das fotos que tirou no dia do desastre. Um dos exemplos mais emblemáticos disso ocorre com duas personagens que acabam falecendo queimadas numa câmara de bronzeamento. Em uma das fotos tiradas por Wendy, uma luz amarela e laranja se destaca na imagem, o que dá a ideia de fogo, uma pista sobre como morreriam mais tarde.

Foto tirada das meninas no dia da tragédia [Imagem: Reprodução/IMDb]

Premonição 3 também é o primeiro a apresentar a ideia de alguém que não lida bem com a morte de algum dos sobreviventes e, sedento por vingança, tem atitudes violentas contra outros sobreviventes. A obra acaba por não explorar tanto esse aspecto, mas apenas a rápida apresentação do tema já diferencia a forma como os personagens são tratados nos filmes anteriores. Tido por muitos fãs como o melhor de toda a saga, Premonição 3 segue o mais prestigiado de todos os filmes.

Premonição 4 (The Final Destination, 2009)

É considerado pela crítica e pelo público como o pior filme da saga, com nota 5,1 de 10 no site IMDb [Imagem: Reprodução/IMDb]

Em uma corrida com seus amigos, Nick (Bobby Campo) tem uma premonição em que um acidente na pista leva a uma série de outros acidentes e a um tumulto que causará a morte de espectadores e pilotos, incluindo a sua e a de seus amigos. Nick convence seus amigos a abandonar a corrida e algumas pessoas saem do local com ele, se salvando do trágico acidente e tornando-se sobreviventes. 

Lançado numa época em que o cinema 3D tentava ser emplacado, o filme pesa na utilização dessa nova tecnologia, tornando-se o mais cansativo e visualmente prejudicado da franquia, com mortes que, além de pouco criativas, são irrealistas e com péssimos efeitos visuais. Para além disso, os personagens são pouco explorados, situação que torna os novos sobreviventes pouco interessantes, o que deixa o público pouco impactado com suas mortes e possíveis conflitos. 

Em Premonição 4, a ideia das visões como pistas para descobrir como o próximo sobrevivente irá morrer volta, o que, com o uso exagerado de tecnologias 3D, se torna incômodo e cansativo. Além disso, o filme não adiciona nenhum novo conhecimento ou característica à saga, passando batido por muitos fãs, que o consideram como o mais fraco e esquecível de toda a franquia.

Premonição 5 (Final Destination 5, 2011)

Apesar de uma boa bilheteria ao redor do mundo, o lucro foi abaixo do esperado nos cinemas norte-americanos [Imagem: Reprodução/IMDb]

A caminho de um retiro para integrar uma empresa, um dos funcionários, Sam (Nicholas D’Agosto), tem uma premonição em que a ponte onde o ônibus da empresa está cai, matando todos menos uma única pessoa, Molly (Emma Bel), a namorada do protagonista. Como nos filmes anteriores, Sam avisa a todos de sua premonição e consegue salvar algumas pessoas que já estavam fadadas a morrer. 

Premonição 5 volta aos padrões mais conhecidos da saga, com personagens que já se conheciam antes do acidente, com vidas e relacionamentos próprios, adicionando profundidade aos personagens e tornando os momentos de ameaças à vida mais significativos e as mortes mais angustiantes. 

Com a volta do personagem de Tony Todd, o conceito apresentado pelo personagem em Premonição 2, de que a única forma de se combater a morte é com a vida, é finalmente explorado, com uma nova regra da saga nascendo. Se você está fadado a morrer, só existem duas formas de escapar: ou morrer e conseguir voltar à vida, ou tirar a vida de alguém, situação que adiciona mais anos de vida ao assassino. 

O quinto filme também aprofunda a ideia de um personagem que não consegue lidar com a perseguição da morte e a perda trágica de um interesse amoroso. Isso foi apresentado no terceiro filme da saga, mas, aqui, toma forma mais complexa, com um personagem que de fato atenta contra a vida de Molly, a única pessoa do grupo que não morreu na premonição do protagonista.

Um filme competente e com mortes criativas mas que pouco impressionam, Premonição 5 falha em criar suspense e tensão entre os sobreviventes. Apesar de se sair melhor que seu antecessor, não se destaca o suficiente para ser considerado marcante. O ponto de destaque do é o plot twist nos minutos finais, em que o protagonista, que acredita ter escapado da morte, é surpreendido, juntamente com o público, por um evento já conhecido porém inusitado para a maioria dos espectadores.

Premonição 6: Laços de Sangue (Final Destination 6: Bloodlines, 2025)

A pandemia da Covid-19 e a greve dos atores e roteiristas de Hollywood em 2023 foram os principais motivos para o longo período de produção do filme, que foi confirmado em 2019, mas terminou as filmagens em 2024 [Imagem: Reprodução/IMDb]

Diferente dos filmes anteriores, a protagonista não vê a premonição, mas sonha com ela. Depois de perguntar a seus familiares, Stefani (Kaitlyn Santa Juana) descobre que a mulher que vê em seu sonho é sua avó, Iris (Brec Basinger), que nos anos 1960, teve uma premonição e salvou milhares de vidas, mas, com o tempo, a morte encontrou todos aqueles que foram salvos. 

Neste sexto filme, o grupo de sobreviventes não passa por uma tragédia. O problema é ainda mais complexo: os sobreviventes são os filhos e netos de Iris, ou seja, eles não deveriam sequer existir. A simples existência deles é uma forma de desafiar a própria morte, então, toda a família está fadada a perseguição da morte. 

O fato de serem uma família contribui para a carga dramática do filme, que constrói as relações mais profundas de toda a franquia. São pais, irmão e primos que lidam com a possibilidade de uma trágica morte a qualquer momento, coisa que ganha ainda mais dramaticidade com questões de negligência e abandono familiar em um momento, e o amor incondicional e convívio pacífico em outro.

O filme brinca com os conceitos já conhecidos, além de explorar e citar diretamente os acidentes e acontecimentos dos filmes anteriores. Os personagens são completamente cientes das formas como a morte pode agir e têm até mesmo um livrinho de instruções, muito útil para o combate à morte.

O filme conta com o retorno do personagem de Tony Todd para a franquia e também é o último filme de sua extensa carreira; o ator faleceu em decorrência de um câncer em novembro de 2024 [Imagem: Reprodução/IMDb]

Premonição 6: Laços de Sangue conta com cenas de morte criativas, grotescas e brutais, além de manter o suspense e a tensão que, desde o terceiro filme, não eram tão bem feitos, apesar de serem aspectos muito importantes aos fãs da saga. As cenas abusam das novas tecnologias e do orçamento superior para a produção dos efeitos visuais e para a construção dos acidentes e das mortes, o que contribui ainda mais para a sensação de caos e medo do filme, que parece o mais absurdo e, ao mesmo tempo, o mais realista e sentimental de toda a franquia. A obra ainda responde dúvidas que a longo ecoam pela mente dos fãs, fechando pontos abertos pelos filmes anteriores, confirmando informações e teorias.

Mesmo lançado 14 anos após o último filme da saga, Premonição 6 já é tido pelo público e pela crítica como um dos melhores filmes da toda a franquia ao utilizar com maestria as ideias e regras dos filmes anteriores, mas ainda mantendo a seriedade ao lidar com o luto e com o medo dos personagens em fazerem parte de uma família que nem deveria existir.

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