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Linkin Park prova que está vivo após duas noites de shows esgotados em São Paulo

Nova formação não impediu a banda de arrastar uma multidão de fãs para as apresentações no Allianz Parque
Por Fernanda Silva (fernandasilva@usp.br)

A banda de nu metal, Linkin Park, desembarcou no Brasil para fazer dois shows da From Zero World Tour nos dias 15 e 16 de novembro, no estádio Allianz Parque. A visita também foi marcada pelo lançamento do novo álbum From Zero (2024), que saiu no mesmo dia do primeiro espetáculo. A turnê marca o retorno do grupo após um hiato de sete anos em decorrência da morte do antigo vocalista, Chester Bennington, que tirou a própria vida em 2017.  

A nova fase conta com dois novos integrantes: Colin Brittain, substituto do baterista Rob Bourdon — que afirmou não querer fazer parte da nova fase da banda — e Emily Armstrong, cantora da banda Dead Sara, que assume a posição antes ocupada por Chester.

Além disso, o guitarrista Brad Delson deixa seu lugar na turnê para Alex Feder, mas segue nos trabalhos em estúdio. O baixista Dave Farrell, o DJ Joe Hahn e o rapper fundador Mike Shinoda continuam normalmente na banda.

Embora alguns fãs mais conservadores tenham criticado a escolha de uma vocalista mulher e dado o Linkin Park como morto, isso não impediu a banda de esgotar as duas noites em São Paulo.

O Sala 33 esteve no show do dia 16/11 para conferir a apresentação. 

Pré-show

A banda Ego Kill Talent abre o show do Linkin Park em São Paulo.
Ego Kill Talent soube levantar a animação do público apesar da espera pelo Linkin Park
[Imagem: Fernanda Silva/Acervo Pessoal]

A noite contou com um show de abertura da banda paulistana Ego Kill Talent. O quarteto, formado por Emmily Barreto, Theo van der Loo, Miguel Boaventura e Raphael Miranda, entrou no palco por volta das 19h20 e fez uma apresentação de 40 minutos, com músicas de seu repertório.

Embora os fãs presentes no estádio fossem do Linkin Park, a vocalista soube manter o público cativado ao promover interações que chamavam a plateia para cantar junto da banda. 

Linkin Park entra em cena

Abertura do show do Linkin Park em São Paulo.
A banda Linkin Park entrou em cena sem grandes cerimônias: pouco a pouco cada integrante tomou seu lugar
[Imagem: Fernanda Silva/Acervo Pessoal]

Por volta das 20h45, as luzes do Allianz se apagaram e uma projeção abstrata em tons de azul tomou conta das telas. Aos poucos, silhuetas surgiram no palco, o que fez o público vibrar. Emily Armstrong tomou seu lugar, as luzes se acenderam e a Somewhere I Belong, do álbum Meteora (2003) começa a tocar. O público cantou a plenos pulmões junto da banda. 

Em seguida, a banda tocou Crawling, faixa do primeiro álbum, Hybrid Theory (2000), mas a vocalista deixou os primeiros versos por conta da plateia. A banda tem incluído o público nas apresentações desde seu primeiro show com a nova formação, em setembro deste ano. Na ocasião, o rapper Mike Shinoda disse que, durante a canção, os fãs fariam o papel de Chester Bennington: e assim é feito desde então. 

Após completar o trio de músicas mais antigas com Lying From You, a banda apresentou a primeira faixa do novo álbum presente no set: Two Faced, divulgada junto de seu videoclipe apenas três dias antes, mas que já estava de cor na boca da plateia. A partir desta quarta música, Emily, que antes parecia um pouco mais retraída, se soltou no palco, provavelmente por essa ser a primeira canção composta para sua voz. 

Antes de cantar mais uma canção de From Zero, Shinoda fez uma pausa para agradecer ao público pela recepção positiva com os novos trabalhos. Nesse momento, fãs começaram a jogar objetos para a vocalista, que interagiu ativamente com os mais próximos do palco. A loira brincou com um aviãozinho de papel lançado em sua direção, experimentou um par de óculos escuros, se assustou e deu risadas ao perceber que o público jogou uma peça de roupa íntima para ela. O momento foi registrado por um fã, que publicou o vídeo nas redes sociais:

Logo em seguida, o Linkin Park apresentou The Emptiness Machine – música que, lançada em setembro, deu início à fase atual – e encerrou o primeiro ato com a antiga New Divide, trilha sonora de Transformers: Revenge of the Fallen (2009).

Mais dança e menos gritaria 

O início da segunda parte foi marcado pela fase dos anos 2010, quando os elementos da música eletrônica ficaram mais presentes no som da banda. Tocaram The Catalyst, Burn It Down, Waiting for the End e Castle of Glass. O público, já acostumado com a versatilidade musical do grupo, abandonou um pouco da atitude  “agressiva” e se permitiu dançar ao som do sintetizador presente nas canções. 

Joe Hahn, o DJ da banda, entregou uma discotecagem solo que mistura elementos de eletrônica com hip-hop. O momento levou os fãs ao delírio, pois todos gritaram e ovacionaram as habilidades do artista. 

Para encerrar, Mike Shinoda faz seu solo baseado em um mashup de When They Come For Me, do Linkin Park, com Remember The Name, do Fort Minor, seu projeto solo. 

Ponha suas calças de gritar!

Emily Armstrong canta durante o show.
Emily Armstrong domina os vocais raivosos das canções da banda 
[Imagem: reprodução/ X @linkinpark]


Casualty é provavelmente o trabalho mais pesado do novo disco. Na versão de estúdio, é possível ouvir a frase “Can you get your screaming pants on?”, com tradução similar a  “Você poderia vestir suas calças de gritar?”, antes da música começar. Durante a canção, a vocalista provou a potência de sua voz ao gritar muito ao vivo e mostrou domínio da técnica vocal. 

A mudança do ritmo dançante para o mais pesado faz parecer que o show entrou em seu terceiro ato, mas na verdade ainda está na fase final da segunda parte, que é encerrada com One Step Closer. 

A terceira parte começa de fato com Lost, canção que foi descartada da primeira versão de Meteora e lançada apenas em 2023, no aniversário de 20 anos do trabalho. Breaking The Habit e What I’ve Done fecham o terceiro ato, que foi o mais curto da apresentação. 

Melancolia e emoção 

Leave Out All the Rest abriu o momento mais emotivo da noite. A música, que fala sobre perda e partida, criou um momento para Emily Armstrong apontar para o céu em homenagem ao seu antecessor já falecido. O show seguiu com My December, que levou os presentes às lágrimas, e Over Each Other, que faz parte da nova era da banda. 

O clima triste foi embora com duas das canções mais conhecidas da banda: In The End e Faint. A última fez as arquibancadas do Allianz Parque tremerem, pois os fãs da banda pularam intensamente. 

Último ato

Emily Armstrong pula de cima da bateria ao final de show do Linkin Park.
A banda se despede sem clima de tristeza 
[Imagem: reprodução/ X @linkinpark]

O show entrou oficialmente em seu encore com Papercuts, seguida de Lost in the Echo e a nova Heavy is the Crown, que proporcionou ao público um dos gritos mais longos por parte da vocalista.

A animada Bleed It Out encerrou o setlist e fez a banda se soltar completamente. Emily chegou a subir em cima da bateria e pulou de cima. Ao fim da música, fogos de artifício foram lançados do alto do estádio e a banda agradeceu a todos. Aos poucos, cada um deixou o palco e o espetáculo chegou ao fim. 

Quando as luzes se acenderam, os fãs pareciam sair de um estado de transe, como se as últimas duas horas fossem um sonho no qual acabaram de acordar. Alguns começaram a sair, outros choravam e não queriam ir embora, mas todos carregam expressões emocionadas. 

Vai ter bis!

Aqueles que perderam essa passagem do Linkin Park podem aguardar o início das vendas para outros shows já confirmados para o ano de 2025. As datas e cidades foram divulgadas no perfil oficial da banda no Instagram, @linkinpark. Entretanto, ainda não há data para o início das vendas.

*Imagem de capa: Reprodução/X/@linkinpark

1 comentário em “Linkin Park prova que está vivo após duas noites de shows esgotados em São Paulo”

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