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2 anos sem Gabriel García Marquez – 4 livros para se aventurar no autor

Há dois anos, a literatura mundial se despediu de um grande expoente. Úrsula Iguáran, já quase cega, foi a única que teve serenidade para identificar a natureza daquele vento irremediável que zunia naquele 17 de Abril, e deixou os lençóis a merce da luz, olhando para Gabriel García Márquez, que nos disse adeus com a …

2 anos sem Gabriel García Marquez – 4 livros para se aventurar no autor Leia mais »

Há dois anos, a literatura mundial se despediu de um grande expoente. Úrsula Iguáran, já quase cega, foi a única que teve serenidade para identificar a natureza daquele vento irremediável que zunia naquele 17 de Abril, e deixou os lençóis a merce da luz, olhando para Gabriel García Márquez, que nos disse adeus com a mão, abandonou o ar dos escaravelhos e das dálias, passou através do ar onde as quatro da tarde terminavam. Ele se perdeu para sempre nos altos ares, onde nem os mais altos pássaros da memória o podem alcançar

Nenhuma outra despedida seria digna do pai do Realismo Fantástico na América Latina, senão aquele que ele mesmo criou, mas para Remédios, a bela, no clássico Cem Anos de Solidão (1967). Ela não morreu, simplesmente ascendeu.

Autor de célebres obras como Amor Nos Tempos do Cólera, Gabbo nasceu na Colômbia, em 1927. O conjunto de sua obra, composto de aproximadamente 30 títulos, lhe rendeu o Premio Nobel de Literatura, em 1982. O Sala33 selecionou algumas obras que exploram toda a imensidão do escritor colombiano.

Cem Anos de Solidão, 1967

Ainda na época da colonização espanhola na América Latina, a família Buendía-Iguaran fundou o pequeno vilarejo de Macondo. Nele habitaram todas as seguintes gerações da família, todos os Aurelianos, José Arcádios e Amarantas, sempre acompanhados da centenária matriarca, Úrsula Iguáran.

Ao lado de Dom Quixote de la Mancha, é considerada a obra literária mais importante em língua espanhola. Márquez buscou inspiração tanto para as personagens, quanto para o contexto histórico-político do livro nas história de seu avo materno, veterano da Guerra dos Mil Dias, na Colômbia, que o criara.

Árvore Genealógica da família Buendía-Iguáran, fundadores da vila de Macondo. Imagem: Fredy Alexandrakis/ Comunicação Visual – Jornalismo Júnior

Crônica de Uma Morte Anunciada, 1981

Nada poderia salvar Santiago Nassar de sua morte e o leitor bem o sabe. Logo na primeira linha da obra, Márquez nos conta que o personagem irá morrer. Por meio de uma detalhada reconstrução jornalistica – primeiro ofício do escritor – do último dia de vida do protagonista (se é que ele pode ser assim chamado). No romance, quase todos os habitantes do lugarejo onde vive Santiago, ficam sabendo do homicídio premeditado algumas horas antes (daí o título), mas não fazem nada de concreto para proteger a vítima ou impedir os algozes, os irmãos Vicário.

Amor Nos Tempos do Cólera, 1985

“Foi a época em que fui quase completamente feliz. Gostaria que minha vida tivesse sido como naqueles anos em que escrevi ‘O amor nos tempos do cólera'”, afirmou García Márquez ao “New York Times” três anos após a publicação do romance.

Quando o cólera era uma das mais letais doenças, náuseas, vômitos, febre e diarreia eram sinalizadores certeiros da enfermidade. Não para Florentino Arizza. O protagonista era acometido por tais sintomas na iminência de algum acontecimento relacionado ao amor da sua vida, Fermina Daza. Agora que ela está viúva, Arizza vê a oportunidade de concretizar aquela paixão, que começara 52 anos e 27 dias no passado.

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Cena do filme O Amor Nos Tempos do Cólera, adaptação do romance de Gabbo. Imagem: Reprodução

Memórias de Minhas Putas Tristes, 2004

No aniversário de 90 anos, um culto jornalista resolve comemorar a data com uma noite de sexo com uma virgem. No entanto, ele, que jamais foi para cama com alguma mulher sem pagar por e, muito por isso, jamais amou, se apaixona pela jovem que lhe foi oferecida pela cafetina Rosa Cabarcas.

O livro, relativamente curto quanto comparado as obras anteriores do autor, sustenta uma história que transcende suas páginas. O inicial desejo de uma comemoração desvairada de aniversário de um “velho sábio” evolui para a necessidade de preencher o vazio interior do protagonista, cultivado por anos a fio, algo que urge para o manter vivo.

Por Maria Beatriz Barros
mabi.barros.s@gmail.com

 

 

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