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‘A Menina dos Meus Olhos’: Uma grata surpresa para o universo dos romances adolescentes

Com uma mistura de comédia romântica e ‘coming of age’, remake de filme taiwanês surpreende pela técnica e nostalgia em história sobre romance e amadurecimento
Filme A Menina dos Meus Olhos
Por Clara Viterbo Nery (claravnery@usp.br)

A Menina dos Meus Olhos (You Are the Apple of My Eye, 2025), novo filme de romance sul-coreano estrelado por Jin-Young e Da-hyun, astros de kpop, estreia no Brasil nesta quinta-feira (13). O longa é remake da obra taiwanesa de mesmo nome, de 2011, e, além de ser o primeiro longa-metragem assinado pela diretora Cho Young-myoung, também é a produção de estreia de Dahyun, integrante do grupo Twice, como atriz.

A trama inicialmente acompanha um grupo de amigos em que todos são apaixonados pela mesma colega de classe, a graciosa Seon-ah (Da-hyun). Jin-woo (Jin-young) é o único entre os garotos que não se interessa por ela e nem entende o motivo de tanta fascinação pela representante de turma. Mas, depois de passarem a sentar próximos na sala de aula, os dois começam a se aproximar e desenvolvem um laço genuíno, apesar de seus diferentes interesses e personalidades distintas.

Embora seja classificado como romance, o grande destaque narrativo do filme se dá pela forte presença do gênero coming of age ao longo da história. O longa acompanha o crescimento dos personagens desde a adolescência até a fase adulta e permite que as dinâmicas entre eles sejam exploradas juntamente com o amadurecimento pelo qual passam, além do romance que faz parte de suas trajetórias.

O filme de 2025 marca a terceira vez que a trama é adaptada para os cinemas, sendo as anteriores o original de 2011 e uma produção japonesa de mesmo título, de 2018 [Imagem: Divulgação/Paris Filmes]

Mas, mesmo com uma proposta que tende a ser mais introspectiva, o roteiro foge dessa abordagem. Cenas de comédia compõem a maior parte do enredo e funcionam muito bem, com destaque para a dinâmica do grupo de amigos durante a primeira metade do filme, que demonstra fielmente o humor de um grupo de meninos adolescentes. A narração de Jin-woo também rende cenas bem humoradas e com uma divertida impressão do protagonista sobre os eventos relatados.

As cenas de romance entre o casal principal, outra parte importante da trama, também são cativantes. É interessante acompanhar como o extrovertido e despreocupado Jin-woo começa a se dedicar aos estudos ao se aproximar de Seon-ah e todo o caminho que eles percorreram juntos até se tornarem adultos. A química entre os dois atores é ótima e bem conduzida pela direção, mas a maneira como 15 anos de história são comprimidas em menos de duas horas pode incomodar parte do público.

Ao seguir um formato episódico, a trama tenta abraçar a maior parte de eventos na vida dos personagens no menor tempo possível, semelhante ao material original. O roteiro poderia se beneficiar ao adicionar mais tempo de tela para compor os desdobramentos da relação de Seon-ah e Jin-woo, mas não é possível dizer que o desenvolvimento da história fica prejudicado pela escolha.

Esse é o primeiro longa metragem dirigido e roteirizado pela diretora Cho Young-myoung, situação semelhante ao filme original, que também marcou a estreia do diretor e roteirista Giddens Ko [Imagem: Divulgação/Paris Filmes]

Há de se destacar, inclusive, que o que eleva a experiência do filme são suas qualidades técnicas. A trilha sonora, essencialmente composta por músicas dos anos 1990 e 2000, é divertida e nostálgica, o que promove cenas emocionantes, seja com em uma ação mais cômica ou em momentos tristes e tocantes, o que contribui para emocionar o público em segundos.

Já a montagem é digna de elogios. Editado por Kim Man-geun, a trama não é só bem montada como também bem articulada para mexer com as emoções da audiência. Grande parte das sequências musicais só são tão boas graças à edição, que soube intercalar a comicidade com a técnica. A dinâmica entre o casal protagonista, mesmo que por vezes acelerada, é conduzida com ótimas surpresas. E todo o esforço da montagem culmina na sequência final do longa que é, sem dúvidas, de tirar o fôlego.

Como adaptação, mesmo que não seja tão comovente quanto o material original, a obra ainda é extremamente fiel e faz um excelente trabalho em apresentar a trama para um novo público. A direção é concisa e ainda assim entrega uma narrativa tocante e mais cômica. A fotografia é linda e calorosa. Nenhuma das atuações deixa a desejar, e mesmo Dahyun, em seu primeiro projeto, surpreende na atuação ao dar vida à protagonista feminina.

O longa é uma grata experiência. Mesmo que não tenha uma história muito inovadora, a obra é cativante e sua abordagem, que não é feita para ser levada tão a sério, diverte e emociona o público na mesma proporção, sem deixar os aspectos técnicos de lado. A Menina dos Meus Olhos é mais do que uma simples comédia romântica e, com certeza, surpreenderá quem se permitir aproveitar a experiência do filme.

O filme já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Confira o trailer:

*Imagem de Capa: Reprodução/IMDb

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