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As memórias que atravessam o concreto

Na fotorreportagem de Ana Vitória Barbosa, repórter de Audiovisual, veja como estão os edifícios que já foram palco de grandes tragédias na Grande São Paulo
Por Ana Vitória Barbosa (anavita.nb@usp.br)

Durante o dia a dia corrido de uma metrópole, nem sempre nos perguntamos quais são as memórias que existem por trás do cimento. Além de prédios acinzentados e poluição, a Grande São Paulo também abriga o passado de vários acontecimentos na região. Infelizmente, nem todas essas histórias são longínquas ou tiveram um fim pacífico.

Entre os locais cotidianos que abrigam tragédias do século passado na região metropolitana, essa fotorreportagem se direciona aos incêndios do Edifício Andraus e do Edifício Joelma, ambos no centro da capital. Além da explosão de gás no Osasco Plaza Shopping e o desabamento no Templo da Igreja Universal do Reino de Deus, também na cidade de Osasco.

Edifício Andraus

Localizado na Avenida São João, região da República, o imóvel de 29 andares sofreu um grande incêndio em 24 de fevereiro de 1972, que ocasionou a morte de 16 pessoas e 320 feridos. O fogo começou devido a um curto-circuito nos cartazes das Casas Pirani, de acordo com a reportagem Memória Globo. Atualmente, o térreo é ocupado por uma academia, mas também existem outros negócios no local.

Visão lateral do Edifício Andraus, na época do desastre ele era ocupado principalmente por lojas de departamentos

Visão lateral do Edifício Andraus na esquina da Av. São João e Rua Aurora, no dia do acidente, quase 500 pessoas foram resgatadas pelo heliporto do edifício

Enquanto o incêndio acontecia, a força do fogo e da fumaça se alastrou ao redor  do prédio.

Edifício Joelma

Atualmente nomeado Edifício Praça da Bandeira, o Edifício Joelma abrigou um incêndio descomunal em 1º de fevereiro de 1974, dois anos após a tragédia do Edifício Andraus. O fogo começou no ar condicionado do prédio, o incêndio se espalhou e durou pelo menos três horas.

Edifício Praça da Bandeira, próximo ao Vale do Anhangabaú

O prédio de 25 andares estava entre os mais altos da cidade, houve 187 fatalidades e centenas de feridos, muitas pessoas faleceram carbonizadas no terraço, além das mortes causadas pela queda de pessoas do edifício.

O Edifício Praça da Bandeira está ao lado da Av. 9 de Julho

Pessoas andando na passarela com vista para o Edifício Praça da Bandeira, atual sede paulista do Partido Social Democrático (PSD)

Após o incidente, o lugar foi reformado e recebeu um novo nome, mas ainda existe muita superstição em relação à quantidade de mortes que ocorreram no local. Por isso o prédio comercial também é visto como ponto turístico, com passeios que exploram esse histórico trágico.

Osasco Plaza Shopping

Em 11 de junho de 1996, houve uma explosão causada por um vazamento de gás que passava por baixo do piso da praça de alimentação do Shopping Plaza de Osasco, o que sucedeu em mais de 40 pessoas mortas e 400 feridas.

No mesmo shopping, aconteceu outro acidente em 2023, o estacionamento desabou e alguns carros caíram na parte interna, mas dessa vez não houve vítimas

O incidente aconteceu na praça de alimentação, durante o horário de almoço e na véspera do Dia dos Namorados. Devido à data comercial, havia mais visitantes do que o cotidiano, que passeavam e compravam no local.

Rampa lateral de acesso ao estacionamento do Osasco Plaza Shopping

Na parede próxima à rampa de acesso para o estacionamento, foi formada uma grande abertura na época, em decorrência da explosão.

Templo da Igreja Universal do Reino de Deus

Na madrugada do dia 5 de setembro de 1998, em um templo da Igreja Universal situado na Rua João Dias, cerca de 1500 pessoas participavam de uma vigília quando o teto desabou.

O prédio estava localizado na Rua João Dias a 100 metros do Shopping Plaza e é possível ver o local da estação de Osasco

O episódio foi investigado posteriormente e está assolado por circunstâncias que indicam negligência: as vigas de madeira estavam podres e cheias de cupins, as portas eram mais estreitas do que determinava a lei e algumas delas ainda estavam bloqueadas, além de ter sido feita uma reforma meses antes que pode ter sobrecarregado a estrutura do telhado.

Hoje em dia, o prédio não existe mais, o terreno foi incorporado a outro e um novo prédio que também comporta um estacionamento foi construído

Visão parcial da fachada que em 1998 estava localizada o Templo da Igreja Universal do Reino de Deus

O desabamento causou a morte de 26 pessoas e deixou 500 feridas. Até hoje, não houve nenhuma prisão em decorrência do incidente. Os acusados por homicídio culposo recorreram e foram considerados inocentes, conforme noticiou O Globo.

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