Simples anúncios na calçada e na parede indicam comida africana vegana. Por fora, se vê apenas uma placa que aponta um restaurante, apontada em direção a uma loja de fachada artística branca e preta, conhecida como Fatiado. Ao se aproximar do local, à direita, podemos ver uma pequena entrada,com escadas, e um papel pregado na parede escrito Congolinária. Chegamos ao destino certo.


A comida se revela condimentada, fresca e cremosa. O tempero sacia. Entre uma diversidade de sabores e texturas, a representatividade é a especiaria banhada no veganismo e raízes africanas.
A representatividade, no entanto, não se limita apenas no cardápio. A equipe de funcionários é negra e, preferencialmente, imigrante. Na época da visita ao local, ela era composta por uma congolesa, um angolano e um brasileiro, além do chef do Congolinária, Pitchou Luambo, imigrante congolês.
A função de chef se expande às cozinhas do restaurante e ganha presença e atuação nas redes sociais. Pitchou também é responsável pela imagem do restaurante nas mídias. Com grande repercussão nas redes sociais, o projeto Congolinária: descobrindo os sabores do Congo, mais do que buscar a representatividade da culinária africana, propõe reflexões políticas e sociais acerca da África hoje e de sua relação com o Ocidente. No Facebook, são postados vídeos de diversos temas: há aqueles que questionam a visão estigmatizada ao continente africano promovida pela versão oficial da história, e há outros que informam vários ingredientes muito utilizados para a alimentação na África.

Segundo Nathalie, Pitchou já cozinhava comidas vegetarianas pois, no Congo, come-se carne numa menor frequência. No entanto, pela participação da brasileira no projeto, que é vegana, ele adaptou-se à essa culinária, sem deixar a essência congolesa. Algum tempo depois, Pitchou tornou-se vegano por uma tomada de consciência natural, e propõe uma reflexão sobre o “nutricídio negro”. Isto é, o consumo de carne em maior quantidade, na África, foi incorporado pelos europeus ao invadir o território. Assim, o veganismo se torna, também, um aliado à pauta de resistência negra.
Entre representatividade cultural de uma culinária vinda da África, o Congolinária dá visibilidade aos direitos humanos, buscando pensar a realidade dos refugiados no contexto mundial atual, e aos direitos dos animais, por meio de uma comida vegana.
Parabéns pele reportagem da culinária mineira ,sou mineira e chefe de cozinha mas moro em Curitiba , tenho um restaurante em Curitiba , quando vier em Curitiba venha nos visitar obrigada.maria.