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‘Modern Love’: até quando o amor vale a pena?

Responsável por impactar o nicho do romance, a série não mantém o nível na segunda temporada

Os oito primeiros episódios de Modern Love fizeram sucesso entre um público que estava cansado do gênero romântico e suas repetições. A série, inspirada em uma coluna do jornal estadunidense The New York Times que compartilhava histórias reais de amor, ganhou uma segunda temporada em agosto de 2021, fazendo com que a obra  passasse a ter 16 episódios. No entanto, a sequência não tem agradado aos fãs.

Por representar a realidade, aqueles que desejarem assisti-la devem se esquecer dos contos de fadas e lembrar que problemas existem, como o amor desgastado pelo tempo ou o impacto dos distúrbios psicológicos nas relações.

A obra não deseja criar descrentes no amor; pelo contrário, mostra que, no fundo, as pessoas só querem ser amadas-mesmo que seja por elas mesmas. A fim de demonstrar os diferentes desdobramentos que esse sentimento pode apresentar, cada episódio possui uma narrativa única e isolada. No entanto, ao final da primeira edição as histórias se conectam, o que não ocorre na segunda.

A primeira temporada aborda temas complexos, como a bipolaridade, e consegue fazer com que os espectadores criem empatia com as histórias ao sentir o que os personagens vivem. Dentre as narrativas que mais se destacam estão a do porteiro que estabelece uma relação de pai e filha com uma moradora do prédio; a de um casal que tenta recuperar o que perdeu, e a história final, que fala sobre um amor na terceira idade.

O último episódio merece atenção maior: por se tratar de um namoro entre idosos, a sensação é de que não há tempo a ser desperdiçado. Embora nem todos os relacionamentos entre pessoas mais velhas sejam assim, neste em particular brigas desnecessárias e expectativas com o futuro são ausentes. Existe o propósito de aproveitar cada segundo do presente. Afinal, eles estão aqui e importa bem mais o agora. O título faz jus: “a corrida fica mais gostosa na volta final”.

 

Modern Love: mulher branca, ruiva, com casaco marrom, segura um guarda-chuva cinza
Anne Hathaway interpreta uma mulher com bipolaridade na primeira temporada de Modern Love (2019). [Imagem: Reprodução/Amazon]


Com finais abertos, apelo ao público jovem e histórias menos diversas, a segunda temporada de
Modern Love decepcionou boa parte dos fãs. Os exageros do roteiro não são capazes de preencher a série e aqueles que a assistem não conseguem sentir que ela foi finalizada, o que deixa a impressão de que a produção acabou no momento do clímax.

O terceiro episódio é um dos poucos que acerta em grande parte do tempo: duas pessoas estabelecem uma forte conexão durante uma viagem de trem, mas, por não trocarem nenhum tipo de contato e pelo avanço da Covid-19, não conseguem se encontrar depois. Não há desfecho, o que gera um sentimento de irritação e incompletude. 

O último episódio também chama a atenção de forma positiva. Quando um ex-casal volta a se relacionar amorosamente e está satisfeito na relação, o câncer aparece como um grande empecilho. E aqui entra uma das maiores lições da série: a promessa de um amor perfeito e eterno é muito fácil; o difícil é amar diariamente. Mas dificuldades impostas pelo término, pela doença e pelo contato com as filhas em um contexto de separação não são suficientes para acabar com o sentimento.

Mesmo com os erros cometidos na temporada mais recente, Modern Love prova que o amor vale a pena até o final, da vida e da série — seja nos momentos de dor, porque a morte se aproxima, ou nos momentos mais felizes, quando o futuro inesperadamente transforma duas pessoas por uma conexão profunda. 

 

Modern Love: dois jovens, um homem e uma mulher, se cumprimentam com um toque de cotovelos
Na segunda temporada, a série Modern Love abordou elementos da pandemia de Covid-19. [Imagem: Reprodução/Amazon]

Confira os textos que inspiraram cada episódio, disponíveis em inglês:

Temporada 1

Temporada 2

 

*Imagem de capa: Divulgação / Prime Video

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