por Heloísa Iaconis
helo.iaconis@hotmail.com
Após alguns minutos de filme, há uma queda de energia no shopping e a telona se apaga. “Foi a Skynet”, brincou alguns dos presentes. De fato, como sugere um aviso inicial do IMAX, ocorreu certa imersão na história por parte do público. Um causo real que faz graça da tecnologia, tema caro para o longa que estava sendo exibido. Logo, todavia, tudo se normalizou: o Exterminador do Futuro mal podia esperar para voltar à cena. “I’ll be back!”, exclama o famoso ciborge.
Quinta produção da franquia criada, em 1984, por James Cameron, O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator: Genesis, 2015), dirigido por Alan Taylor, possui os personagens já conhecidos vividos por novos atores e, concomitantemente, apresenta o retorno de Arnold Schwarzenegger no papel do velho (e, não, obsoleto) T-800. Emilia Clarke dá viva a Sarah Conner, Jai Courtney interpreta Kyle Reese e Jason Clarke surge como John Connor.

John Connor, ao saber que a Skynet enviou um exterminador de épocas antigas para matar a sua mãe, Sarah Connor, impossibilitando o seu nascimento, manda Kyle Reese de volta a 1984, desejando a segurança de Sarah. Mas, ao aterrizar no passado, Kyle percebe que o Exterminador T-800 já cumpre a funcao de protegê-la.

Nas primeiras cenas, há belas vistas naturais, explosões, o “profeta” John Connor e o desejo de destruir a Skynet. A questão do tempo, exposta aos espectadores sem muita demora, é uma das bases da película. 1984, 1997 e 2017 são anos evocados durante a narrativa. As analogias temporais, porém, possuem dois lados: com a ida de Kyle Reese para o passado, cenas da obra original são refeitas (fato que transporta os fãs ao período de 1984) e representam um dos pontos fortes da fita; entretanto, por vezes, certa confusão temporal pode emergir e deixar o público perdido com relação às datas.

O roteiro, assinado por Laeta KalogridisePatrick Lussier, é uma das fragilidades do filme. Há falas, durante todo o longa, que rondam o senso comum, com o uso de colocações como “vá e não olhe para trás”, além de uma carência de criatividade nos diálogos. O dinamismo das cenas de ação e os efeitos visuais, entretanto, representam dois dos melhores aspectos. Schwarzenegger em sua versão mais nova chama a atenção e o tom cômico e carismático do Exterminador também não passa despercebido. O sorriso do homem-máquina, mostrando todos os dentes, provoca risos.
Sarah Connor, que odeia canções de ninar e gosta de Elton John, pode ser vista pela ótica da quebra do estereótipo feminino: sem ser uma mocinha frágil, luta ao lado do Exterminador e não fica engendrada, apenas, como alguém que necessita de proteção.

O filme termina com Sarah tendo a possibilidade de construir o seu destino, um caminho torna-se muitos e um futuro não pré-determinado parece ser alçado. Apesar das falhas, a película cumpre o papel de dar fôlego para uma das histórias cinematográficas mais conhecidas do âmbito da ficção cientifica. Atente-se para uma dica: não saia antes das luzes se acenderem. Um gancho para uma possível sequência é deixado perto dos créditos.

Para assistir ao trailer e visualizar cartazes animados, acesse o site da franquia:http://www.oexterminadordofuturo.com.br/#home.
https://www.youtube.com/watch?v=yHLyOLE6YW4
Trailer do longa O Exterminador do Futuro: Gênesis.