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Paixão e melancolia atravessam o tempo em Estrelas de Cinema Nunca Morrem

O ano é 1979 e o cenário, um quarto de pensão qualquer em Londres. A mulher, bem mais velha, realiza o convite de modo provocativamente sedutor – poderia o jovem rapaz acompanhá-la em seu exercício de dança? Apesar do estranhamento, ele não parece pensar duas vezes. O que se segue é uma cena divertidíssima ao …

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O ano é 1979 e o cenário, um quarto de pensão qualquer em Londres. A mulher, bem mais velha, realiza o convite de modo provocativamente sedutor – poderia o jovem rapaz acompanhá-la em seu exercício de dança? Apesar do estranhamento, ele não parece pensar duas vezes. O que se segue é uma cena divertidíssima ao som de um boogie frenético, permeada de flerte, exultação e passos de dança que, felizmente, ficaram para trás há quase quatro décadas.

O jovem em questão é Peter Turner (Jamie Bell), ator britânico cujas memórias publicadas são a base para Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don’t Die in Liverpool, 2017). A mulher é Gloria Grahame (Annette Bening), beldade americana que, um quarto de século após receber o Oscar de melhor atriz coadjuvante, se encontra no crepúsculo de sua carreira.

Estrelas de Cinema Nunca Morrem
Peter e Gloria se apaixonam aos poucos, apesar da diferença de idade [Divulgação]
O romance entre os dois, tão elétrico quanto problemático, é retratado em uma narrativa que viaja por dois períodos. O primeiro, no qual a história se inicia, mostra uma Gloria com saúde fragilizada, se recuperando na pensão dos pais de Peter. O segundo, contado através de transições ao passado que ocorrem de maneira delicadamente estilizada, mostra o desenrolar da relação.

Eles viajam pelo mundo, assistem a filmes clássicos, recitam Shakespeare e vão morar juntos. Apesar disso, um toque de melancolia, mesmo nos momentos mais alegres, é inevitável. A situação decadente da carreira de Glória, a diferença de idade em relação a Peter e o estranhamento provocado pelo namoro dos dois àqueles a sua volta cobram seu preço.

Como uma atriz tão talentosa quanto Grahame, que desfrutou de tanto prestígio na década de 50, chegou àquela situação? O que a indústria cinematográfica faz com seus membros que já não se encaixam mais nos moldes que ela prepara? O filme não abstrai suficientemente a situação do casal para tratar de maneira ampla desses temas. Só podemos inferir.

Estrelas de Cinema Nunca Morrem
Gloria Grahame (Annette Bening) luta contra a passagem do tempo e o declínio da carreira de atriz [Divulgação]
O que vale o ingresso e o motivo pelo qual você deveria assistir Estrelas de Cinema Nunca Morrem é a atuação dos protagonistas, especialmente Annette Bening. Ela pratica o tipo de performance exuberante que se torna irresistível para amantes do cinema, da dramaturgia e da condição humana.

Observe a vulnerabilidade escondida debaixo da fachada sedutora que Gloria projeta diante de Peter, ou como qualquer palavra dita de modo errado durante uma discussão pode despedaçar sua confiança. Jamie Bell também tem espaço para brilhar e, como parceiro da moça, oferece o suporte perfeito para que o amor entre os dois seja crível do começo ao fim.

Podemos não terminar o filme conhecendo a fundo quem foi Gloria Grahame ou qual sua importância na indústria cinematográfica, mas ficamos com a impressão de que sua história, assim como sua carreira, têm alguma chance, ainda que frágil, de resistir à passagem do tempo.

Estrelas de Cinema Nunca Morrem estreia dia 26 de abril nos cinemas. Confira o trailer abaixo:

por Hugo Reis
hugo.vaz.reis@gmail.com

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