Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Paraíso Perdido mostra as paixões e saga familiar ao ritmo do brega em São Paulo

Na São Paulo da diversidade de estilos, ainda há espaço para histórias e desencontros amorosos, tramas familiares e o som do brega? O filme Paraíso Perdido(2018) consegue provar a que a música brega nunca foi tão atual e provoca o espectador sobre a diversidade dos relacionamentos, além das questões como a violência contra mulheres e …

Paraíso Perdido mostra as paixões e saga familiar ao ritmo do brega em São Paulo Leia mais »

Na São Paulo da diversidade de estilos, ainda há espaço para histórias e desencontros amorosos, tramas familiares e o som do brega? O filme Paraíso Perdido(2018) consegue provar a que a música brega nunca foi tão atual e provoca o espectador sobre a diversidade dos relacionamentos, além das questões como a violência contra mulheres e LGBTs. É uma saga familiar marcada por encontros e desencontros, com histórias entrelaçadas que revelam pouco a pouco um enredo em que os laços de afeto sustentam os personagens e dão força para que lidem com seus traumas e continuem seguindo em frente. A casa noturna do filme é uma espécie de paraíso perdido no tempo, que funciona como um antídoto à violência de fora.

Paraíso Perdido 01
José canta com os netos / Divulgação

A trama do filme possui como cenário principal a boate Paraíso Perdido, situada na Rua Augusta, em São Paulo. É lá que José (Erasmo Carlos) e sua família trabalham à noite cantando clássicos da música brega como Reginaldo Rossi, Belchior, Roberto Carlos e até Raul Seixas, trazendo de volta a nostalgia de grandes cantores desse cenário musical, sem cair no melodrama e monotonia que se espera do gênero.

O ex-professor de literatura José (Erasmo Carlos) é pai de Ângelo (Júlio Andrade) e Eva (Hermila Guedes). Ele tem um filho adotivo, Teylor (Seu Jorge), seu confidente. A família se completa com seus netos Celeste (Julia Konrad), filha de Ângelo, e a drag queen Imã, filho de Eva (interpretado emocionantemente pelo cantor e compositor paraense Jaloo, em sua estreia como ator). Em torno desse núcleo, estão o policial Odair (Lee Taylor), sua mãe, Nádia (Malu Galli), o professor de inglês Pedro (Humberto Carrão), o namorado de Celeste, Joca (Felipe Abib), e a misteriosa Milene (Marjorie Estiano), companheira de Eva no presídio.

Paraíso Perdido 02
Diretora Mônica Gardenberg (ao centro) com o produtor musical Zeca Baleiro (à esquerda) com o elenco na coletiva de imprensa do filme realizada em São Paulo. Foto: Beatriz Cristina/Cinéfilos

 

Na trama, após Imã ser salvo pelo policial Odair de um ataque homofóbico, José o contrata para proteger o neto. O policial vivia isolado com a mãe, uma ex-cantora que ficou surda após agressões de seu ex-marido, até entrar em contato com o mundo da Paraíso Perdido. O cantor Ângelo lamenta não ter perdoado a traição de sua mulher, que desaparece no mundo sem deixar rastros. Apaixonado, ainda não consegue esquecê-la trinta anos depois. Sua irmã, Eva, está prestes a ser solta após vinte anos na cadeia, por matar o homem que a espancou quando estava grávida de Imã.  O viúvo José faz de tudo para garantir a felicidade do seu clã e conta com a cumplicidade de Teylor. E ainda, Celeste descobre estar grávida de Joca, mas tem apoio de Imã e de sua família para levar a gravidez em frente.

O filme cria aquela sensação de continuação e subjetividade, formada pelo tempo em que reviravoltas e descobertas acontecem a todo o momento na vida dos personagens, tanto nos romances e experiências sexuais como na forma em que a família está relacionada nisso. O cenário e a fotografia são outros pontos positivos, além da dedicação dos atores. A forma como o filme aborda as questões de violência no passado e presente dos personagens, usa da união e cumplicidade familiar para seguir em frente, mas sem um certo aprofundamento e militância sobre as questões do problema da violência, conseguindo passar a reflexão na forma da indignação e compaixão por espectador pelas personagens.

O filme possui roteiro e direção de Monique Gardenberg, conhecida por filmes como Ó Pai Ó (2007), Jenipapo (1995) e Benjamin (2004), e direção musical de Zeca Baleiro. Estreia dia 31/05 nos cinemas nacionais. Confira o trailer abaixo:

Por Beatriz Cristina
beatrizcristina.sg2000@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima