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Relato da manifestação: contra o aumento da passagem, família, paz e contra a corrupção

Depois de 20 anos, São Paulo – e o Brasil – pararam. Nunca se viram tantas pessoas juntas na rua. Acompanhe o que foi que os repórteres do Blog da Jota viram por lá, neste que foi o 5º Grande Ato Contra o Aumento das Passagens, que começou no Largo da Batata.  Ontem foi um …

Relato da manifestação: contra o aumento da passagem, família, paz e contra a corrupção Leia mais »

Depois de 20 anos, São Paulo – e o Brasil – pararam. Nunca se viram tantas pessoas juntas na rua. Acompanhe o que foi que os repórteres do Blog da Jota viram por lá, neste que foi o 5º Grande Ato Contra o Aumento das Passagens, que começou no Largo da Batata. 

Ontem foi um tanto inusitado. A marcha se estendeu pela Faria Lima, Marginal Pinheiros, Ponte Estaiada, Av. Paulista, Av. 23 de Maio, entre outras, como um grande rio formado por pessoas numa marcha unificada. Uma coisa é fato, ontem São Paulo parou e assistiu de perto a tomada das ruas pelas pessoas.

Inicialmente chegamos ao Largo da Batata e havia muita gente. Estava um clima bom. As pessoas chamavam os transeuntes para se unir ao ato. Pessoas tocavam tambores, alguns dançavam e muitos carregavam cartazes.

Foto Mariane Roccelo

A estranheza começou quando pessoas engajadas em movimentos políticos apareceram com bandeiras e foram recebidas com vaias. As pessoas que clamavam “ô, o povo acordou, o povo acordou, o povo acordou” pareciam não perceber que foram justamente as atuações de grupos como aqueles que permitiram esse “despertar” que de tanto se orgulhavam. Afinal, que resta senão a organização política por uma causa num Estado democrático quando eles negam outros meios que não pacíficos? Essa incongruência de pensamento mostrou como algumas pessoas estavam perdidas em meio ao verdadeiro protesto.

Seguimos pela Faria Lima, enquanto outro grupo ocupava a Marginal. Ocupamos a avenida inteira, todas as faixas, calçada e para os dois lados se via o fim da avenida, mas não fim da manifestação. As pessoas nas lojas, janelas e arredores acenavam, dançavam, jogavam papel (isso fazia um efeito muito lindo pra quem olhava pro céu) e nos incentivavam.

O movimento da Faria Lima se dirigiu para a Ponte Estaiada onde se deparou com dois destinos: o Palácio dos Bandeirantes e a Avenida Paulista (muitos pegaram uma rota alternativa para suas próprias casas).

Foto Mariane roccelo

As pessoas que foram para o Palácio entraram em conflito com a polícia ao tentar, inspirados pela invasão do Congresso Nacional, entrar no edifício. Enquanto isso, o grupo que foi para a Paulista chegou lá exausto. Havia um clima de grande comemoração e união pela conquista democrática.

No fim, constatou-se que o movimento se partiu não somente no trajeto, mas nos discursos e nos sentimentos. Pessoas cantavam o Hino Nacional em meio a passeata como se fosse importante lembrar que somos brasileiros. Mas não era sobre a brasilidade. Aquilo era sobre a passagem, não o movimento das caras pintadas que derrubou Collor.

É preciso que se solidifiquem as convicções diluídas em meio ao protesto de segunda-feira em movimentos separados, com pautas e reivindicações próprias e definidas, para que a Revolta da Salada não se torne realmente uma salada de ideias mal concluídas e seja lembrada mais pra frente como é lembrada a Revolta da Vacina que estudamos na escola.

por Arthur Aleixo
arthurp.aleixo@gmail.com

Confira também o que nossa repórter Giovana Feix viveu durante o ato!

1 comentário em “Relato da manifestação: contra o aumento da passagem, família, paz e contra a corrupção”

  1. Pingback: Relato da manifestação: #vemprarua, #masdáumapensadinhaantes?

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