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Astrologia: influência dos astros ou da mente?

O seu subconsciente afeta mais do que você imagina

Quem nunca perguntou ou foi questionado pelo seu signo?  Esse tipo de situação pode trazer muitas dúvidas. Nesta reportagem você poderá sanar algumas delas. Como surgiu a astrologia? O que são os signos, exatamente? E como esses fatores podem influenciar a vida cotidiana até daqueles que se recusam a fazer um mapa astral ou a ler seu horóscopo?

Leonardo Breno Martins, professor da matéria A psicologia do Impossível: Arte Mágica, Ilusão e Processo Psicossociais da Percepção e da Crença, no Instituto de Psicologia da USP, sempre se interessou pela forma com que os seres humanos lidavam com suas crenças. Esse foi um dos motivos que o levou a estudar psicologia.

Durante seus estudos, acabou por se aprofundar na questão das crenças e como elas podem influenciar na vida das pessoas. Ao ser questionado a respeito da astrologia, ele explica que as pessoas possuem a tendência de acreditar apenas naquilo que as convém. Isso se chama “viés de confirmação” Uma pessoa que acredita em astrologia colocará o foco apenas naquilo que ela assume como verdade. Por exemplo, mesmo que dentro da descrição do seu signo exista muito mais coisas que diferem da sua personalidade, ela tentará justificar essa diferença com os outros aspectos do zodíaco.

Além disso, ele cita a “lei dos grandes números”. Esse conceito pode ser notado na seguinte situação: Seu horóscopo do mês diz que esse não é um momento adequado para relações amorosas. Você saiu dez vezes com alguém, uma deu errado. Isso te leva a acreditar que a previsão estava certa.   Ou seja, quando algo improvável acontece e isso condiz com o que a astrologia propõe, a pessoa tende a relacionar uma coisa com a outra. Ela acaba por não analisar as probabilidades, tomando aquilo como certo e não apenas um acaso.

Leonardo também cita as chamadas “crenças veladas”, que são aquelas que existem no subconsciente das pessoa mesmo que ela não admita. “A gente acredita em coisas, às vezes, sem ter noção de que acredita.” Assim, até mesmo aqueles que não acreditam em astrologia podem sofrer a influência dela na sua vida. Talvez não pelo poder dos astros, mas pelo poder do subconsciente

Outro fator citado é a confiança em quem te passa a informação. “Muitas vezes a pessoa não acredita em astrologia, mas acredita ou tem confiança em quem está falando.” Ele explica: “Se você diz que é por conta dos aspectos astrológicos que essa pessoa age de uma determinada maneira, isso pode afetá-la, mesmo que de forma inconsciente.”

 

Explicando a astrologia

A astrologia é um estudo que busca interpretar a forma com que os astros influenciam na vida terrestre. Uma teoria afirma que, no ano 1.000 a.c., já havia mapas astrais na Mesopotâmia. O intuito era prever e entender fenômenos da época. Mais tarde esse conhecimento foi se expandindo e organizado pelos gregos da forma com a qual o mundo ocidental a conhece.

O céu astrológico é dividido em 12 partes, cada uma dessas partes é regida por uma constelação. Devido a movimentação dos astros, o sol vai passando por elas ao longo do ano, e a constelação em que ele está no momento do seu nascimento representa o seu signo solar. É importante ressaltar que a astrologia adota uma visão antropocêntrica do universo, ou seja, toda a análise é dada a partir da posição do homem na Terra. De acordo com essa lógica, os 12 signos do zodíaco são:

Áries: agitado e impulsivo;

Touro: calmo, cauteloso e determinado;

Gêmeos: comunicativo e instável;

Câncer: sensível e muito ligado à família;

Leão: gosta de chamar atenção e é comunicativo;

Virgem: organizado e detalhista;

Libra: indeciso e vaidoso;

Escorpião: determinado e ativo;

Sagitário: otimista e sociável;

Capricórnio: tímido e responsável;

Aquário: original e ama sua liberdade;

Peixes: romântico e sensível.

A astrologia não se restringe apenas ao signo (Sol), outros aspectos também participam dessa influência. O mapa astral é uma representação do céu no momento em que o indivíduo nasce. Segundo o astrólogo Antonio Facciolo Neto, as posições dos astros podem indicar facilidades, desafios e aspectos da personalidade da pessoa. Cada astro rege um aspecto diferente da vida humana:

Sol: representa os aspectos mais importantes da personalidade do indivíduo;

Ascendente: não é um astro, representa o signo oposto ao do momento do seu nascimento e retrata a forma como a pessoa é notada e deseja ser vista;

Lua: representa aquilo que afeta o indivíduo, suas emoções;

Vênus: rege os aspectos afetivos, como suas preferências e comportamentos no amor;

Mercúrio: indica a forma de comunicar e desenvolver seus pensamentos;

Marte: representa força energia, paixão e está ligado aos instintos primários;

Júpiter: está ligado a fatores que te permitem evoluir no plano material, como o conhecimento;

Saturno: rege as limitações e mostra onde é necessário ter disciplina e cautela;

Urano:  representa a criatividade e capacidade de mudanças, também se relaciona com a imprevisibilidade;

Netuno: está ligado às questões mais espirituais e às artes, além de representar a busca pela fuga da realidade;

Plutão: representa a mudança interior e está associado à morte.

A junção dos astros com as constelações do zodíaco é a principal forma de se entender a astrologia, embora existam outros fatores que também podem influenciar nesse processo.

Ainda para Facciolo, a astrologia não rege apenas a vida humana, mas também a natureza, países e fenômenos do mundo: “é necessário ter consciência dessa influência, para controlá-la e não ser levado por ela”. A astróloga Patrícia Valente afirma que a astrologia não te determina e sim, indica as suas tendências.

 

O grande debate

As opiniões acerca da astrologia são diversas. Há aqueles que não querem nem falar sobre. Há aqueles que tem a astrologia como um divertimento. Há aqueles que acreditam fielmente nos astros e não tomam nenhuma decisão sem antes considerar os acontecimentos astrológicos.

Para Gabriela Caputo, estudante de jornalismo, a astrologia funciona como uma forma de auto-conhecimento. Segundo ela, o processo de analisar o mapa astral e comparar com a realidade ajuda no processo de entender melhor a sua personalidade, seus sentimentos e a forma com a qual você age. Gabriela costuma observar aquilo que realmente se aplica, e aquilo que não combina muito com sua vida. Ela também acredita que o interesse pela astrologia ocorre pelo fato das pessoas sempre buscarem uma justificativa para tudo, e “os astros cumprem bem essa função, desenvolvendo explicações para acontecimentos cotidianos”.

A estudante de direito Glaucia Rodrigues possui um pensamento bem parecido: “não posso falar que a astrologia mudou minha vida, mas explica muita coisa. É reconfortante pensar que você é desse jeito porque nasceu naquela hora, naquele local e com aquela posição dos astros”.

Já para Vinicius Garcia, estudante de jornalismo, a astrologia não possui nenhuma influência em sua vida. Em suas rodas de conversa, é sempre motivo para brincadeira. Ele conta que toda vez que alguém pergunta para sobre seu mapa astral, já sabe qual vai ser a reação:  “eu tenho sol em Leão, ascendente em Leão e Lua em áries, e as pessoas acham isso péssimo. Toda vez que eu falo meu mapa astral recebo um ‘nossa, que horrível’, embora sempre tenha um tom de brincadeira no fundo”. Para os amantes de astrologia, essa combinação não seria das melhores, uma vez que o signo de Leão apresenta características egocêntricas e o de áries, agressivas.

O astrólogo Antonio Facciolo explica que o preconceito com a astrologia surgiu quando os reis e a Igreja Católica escondiam esses estudos do povo. O fato de ter sido colocada como algo proibido e a falta de conhecimento sobre o assunto desencadearam o julgamento existente até hoje. Mesmo assim, é notável o quão presente ela se encontra na vida das pessoas. Para Antônio, esse crescimento se dá pela democratização do conhecimento que viabiliza o acesso ao assunto.

No entanto, o psicólogo Leonardo Breno afirma que “a aceitação da astrologia no mundo contemporâneo acontece por ser apresentada como uma ciência,o que eu discordo, mas passa uma maior credibilidade”.

1 comentário em “Astrologia: influência dos astros ou da mente?”

  1. José A. Baptista

    Muitos astrólogos e astrólogas, principalmente, são os culpados pelo descredito e deboche que a astrologia recebe. Em 2016 numa entrevista embate feita com o astrólogo Antonio Facciollo Neto e a astrônoma Diana Gama, na matéria da respectivas entrevista diz o seguinte… “Estima-se que existam cerca de 800 astrólogos no país – … –…” e, segundo Facciollo, “De nível mesmo são só uns 200 (25%), o que não quer dizer que o resto seja picareta, …”. Eu como astrólogo acredito que em 2016 deveria ter cerca de 3 mil astrólogos(as) (de nível mesmo: 750 ou 25%) e, atualmente (2020), deve ter cerca de 15 mil (de nível mesmo: 3 mil ou 20%). No Brasil sempre foi e continua sendo: Se têm alta “quantidade”, mas que resulta em baixa “qualidade”, é assim em todas as áreas e, principalmente, na astrologia. Quase nenhuma pessoa sabe e pouquíssimos astrólogos(as) sabem que o mapa astral do nascimento é o resultado de cinco momentos (mapas astrais) antes do bebê nascer, ou seja, da ovulação, coito, fecundação, concepção e do feto. Basta um desse cinco momentos não acontecer para o bebê não nascer. Depois do bebê nascer, crescer, viver até morrer, cada momento de sua vida é um momento astral, momento do nascimento, do registro do nome, entrada na creche, na escola, em assim por diante. 99,99% das pessoas só conhecem horóscopos e 80% dos astrólogos(as) só conhecem 20% da astrologia. Eu por exemplo, sou de Peixes duas vezes (Solar e Ascendente), mas o que é forte em mim é Gêmeos por minha mãe ovular em 26/05/51 eu ser concebido em 28/05/51.

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