Por Davi Milani (davimilanip@usp.br)
O Chelsea fez uma temporada sólida: com a conquista da Conference League e a boa colocação no Campeonato Inglês, que permitiu a classificação para a Liga dos Campeões, os Blues chegam com moral para os embates na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, nos Estados Unidos. Confira aqui mais informações sobre as expectativas para o time londrino, que estreia nesta segunda-feira (16) contra o Los Angeles FC.
Trajetória para o “Super Mundial”
Os Blues se classificaram para a competição após vencer a Champions League na temporada 2020/21, após baterem o Manchester City em uma final inédita. Sob comando do técnico Thomas Tuchel, o Chelsea passou de forma invicta da fase de grupos sem grandes dificuldades, enfrentando o Sevilla (Espanha), o Krasnodar (Rússia) e o Rennes (França).
Nas oitavas de final, venceu o Atleti (Espanha) por 3 a 0 no placar agregado. Já nas quartas, conheceu contra o Porto (Portugal) sua primeira derrota na competição, que não foi suficiente para atrapalhar os planos dos Blues: 2 a 1 na soma dos placares. No confronto da semifinal, derrotou o maior campeão da competição, o Real Madrid, por 3 a 1 no somatório dos tentos. O time inglês venceu a partida final pelo placar mínimo de 1 a 0, com gol de Kai Havertz, que joga atualmente no rival Arsenal. Com o título, o Chelsea conquistou sua vaga para a Copa do Mundo de Clubes.
Estilo de jogo
O atual técnico do Chelsea, Enzo Maresca, é ex-auxiliar técnico de Pep Guardiola, comandante do Manchester City. Pep foi uma das primeiras pessoas a instaurar com sucesso um esquema de jogo posicional — um esquema que valoriza a posse de bola e a posição específica dos jogadores de forma a desequilibrar o adversário — e influenciou muito seu até então auxiliar, Maresca, no modo de pensar seu estilo de jogo.
Normalmente num 4-3-3, o italiano preza pela amplitude, o que gera tempo e espaço nos corredores, além de proporcionar um futebol ofensivo, de muitas transições, principalmente por dentro do campo. Com o intuito de sempre obter superioridade numérica na disputa e posse da bola, o time pode se organizar na transição ofensiva também em um 3-2-5 ou em um 3-2-2-3, marca registrada de Guardiola, com o fito em superar adversários com três jogadores pelo meio, ao formar um losango com seus jogadores.
Com um estilo de jogo reativo, os jogadores de Maresca precisam sempre se adaptar à movimentação do adversário, de forma a encontrar a superioridade numérica. Caso isso não seja possível, devido a um avanço nas linhas por parte do outro time, espaços são gerados nas costas da defesa, fazendo com que os ponteiros se destaquem, realizando infiltrações.
Nos times do italiano, a marcação pode começar no último terço do ataque: caso a bola seja perdida em uma parte avançada do campo, os jogadores pressionam o detentor da posse para forçar a jogada para as laterais do campo e tirar linhas de passe, de forma a atrapalhar a construção de jogadas e conquistar transições ofensivas. Em apenas um ano de trabalho, Maresca provou ser capacitado para o cargo e procura, com continuidade e insistência, elevar cada vez mais o patamar do gigante clube inglês.
Principais destaques
Cole Palmer – A frieza
O jovem de 23 anos chegou ao Chelsea em uma contratação de 47 milhões de euros junto ao Manchester City, clube formador da joia inglesa. Com muita personalidade para a idade, Palmer encanta ao decidir partidas com a calma de um veterano. São 15 gols e 12 assistências até o momento, além de diversos momentos protagonizados pelo jogador que ficaram na memória do torcedor.
Enzo Fernández – A gana
24 anos, uma Copa do Mundo, uma Copa América, múltiplos títulos no futebol sulamericano e europeu. Fernández realizou os sonhos de criança e segue com muito a ser conquistado pela frente. O argentino é um dos líderes em assistências e um dos principais jogadores do elenco, que apesar de novo, já se mostrou capacitado e repleto de jogadores que ainda atingirão seu ápice. O futuro do tradicional Chelsea depende desses jovens, que mostram ter o que é necessário para continuar o legado vitorioso do clube.
Moisés Caicedo – A solidez
Caicedo é o alicerce de toda a equipe do Chelsea: um volante seguro, que não perde divididas e é exemplo de condicionamento físico. Mais um jogador dos Blues que é destaque em sua Seleção, o equatoriano foi titular em todos os jogos do Campeonato Inglês. Muito além de um jogador de pura marcação, Caicedo domina os passes longos e o posicionamento em campo. Apesar da pouca idade, apenas 23 anos, já é um dos principais atletas em sua posição no futebol mundial e um dos trunfos dessa geração da Seleção do Equador.
Expectativas para o Mundial
O Chelsea é o grande favorito do grupo D. Seus adversários serão: o Los Angeles FC (Estados Unidos), o Espérance (Tunísia) e o Flamengo (Brasil).
A diferença de investimento entre os times é grande, mas apesar do favoritismo, há expectativa por parte da torcida de assistir a jogos disputados. O time da casa, o LAFC, que conta com craques como Olivier Giroud e Hugo Llorris, não deve surpreender, mas demonstra a nova tendência dos craques em final de carreira em optar por ligas alternativas, como a Major League Soccer.
Apesar de ter falhado na janela extra de transferências que antecedeu a Copa do Mundo de Clubes, o Chelsea chega como um dos candidatos ao título. O elenco é jovem, mas caro e qualificado: além do retorno de Andrey Santos do empréstimo ao Strasbourg e do brasileiro Estêvão, que se juntará ao clube após o Mundial, a intensidade do futebol europeu em comparação às ligas de menor expressão deve ser clara, principalmente pela preparação física. Os Blues disputam vaga com o Flamengo e o seu desempenho pode ser decisivo para o avanço do time brasileiro para a próxima fase da competição.
*Imagem de Capa: Reprodução/X:@ChelseaFC