Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dia 08 | 26ª Bienal Internacional do Livro: TikTok, jornalismo e empatia

O penúltimo dia da 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo teve seus ingressos esgotados e seus corredores lotados. As palestras contaram com a participação de Alice Oseman, Miriam Leitão e Mario Sérgio Cortella.

Após uma pausa em decorrência da pandemia da COVID-19, a 26ª Bienal Internacional do Livro retorna a São Paulo com grande expectativa do público. Sediada na Expo Center Norte, o evento reuniu editoras e palestrantes diversos, e proporcionou aos visitantes uma experiência repleta de debates sobre o universo literário. Confira a cobertura feita pela Jornalismo Júnior das palestras reunidas no dia 09 de julho de 2022.

Booktok: Os Livros no TikTok

A palestra começou cheia de animação por parte da plateia. Mediada por Maju Alves, criadora de conteúdo para booktok, o nicho de pessoas que falam sobre livros no Tiktok, a mesa contou com a participação de Clara Alves, autora do livro Conectadas (Seguinte, 2019), de Juan Jullian, que escreveu Querido Ex (Que acabou com a minha saúde mental, ficou milionário e virou uma subcelebridade) (Galera, 2020), e de Pedro Rhuas, autor de Enquanto eu não te encontro (Seguinte, 2021).

 

Quatro palestrantes lado a lado em um painel colorido.
A mesa com três autores de grande sucesso no booktok brasileiro
[Imagem: Arquivo Pessoal/Raquel Tiemi]

Os três convidados iniciaram o debate contando à plateia da Bienal do Livro sobre suas primeiras experiências com livros. O primeiro contato de Clara com a literatura, segundo ela, aconteceu antes de aprender a ler. A autora amava livros desde criança, e O Pequeno Príncipe foi a obra que mais a marcou. Já para Juan, a literatura da qual era mais fã era a fantástica. Além disso, os livros foram importantes para “encontrar seu lugar no mundo”. Quando se entendeu como um homem LGBTQIAP +, passou a procurar obras que abordassem o assunto. Por fim, Pedro comentou que, assim como os colegas, sempre gostou de ler, e que o livro que mais o marcou foi As Crônicas de Nárnia (Martins Fontes, 2009), que lhe foi dado como um presente de sua tia. 

Depois, os escritores passaram para o tópico central da mesa: a influência da plataforma Tiktok no contato com os fãs. Segundo Pedro, todas as divulgações de seu livro e seus contatos foram feitos através da internet, uma vez que teve sua obra lançada na pandemia. Já para Clara, o Tiktok funciona como o chamado “boca a boca”, em que cada usuário pode compartilhar seus gostos através de um vídeo breve. Como a rede social é muito dinâmica, a chance de um vídeo viralizar é alta. 

Ao fim da palestra, cada autor deu dicas para quem gostaria de começar a escrever ou começar a criar conteúdo para a internet. Juan contou que não é muito bom com vídeos e que o que mais gosta é de contar histórias. Então, encontrou uma fórmula que o agradasse — fazer vídeos contando histórias —, e encorajou o público a fazer o mesmo: buscar aquilo que lhe fosse confortável. Pedro pediu que os aspirantes a escritores encontrassem suas vozes e um conteúdo que funcionasse para eles. Além disso, disse que não é preciso “se desumanizar para caber no algoritmo”, e que “dá para ser você mesmo e ainda fazer sucesso”. Para encerrar, Clara contou que também não é muito boa em fazer vídeos, e que nem todo mundo precisa ser para divulgar suas obras. A chave, para ela, é “não se pressionar a fazer algo desconfortável”.

Ser Jornalista no Brasil

O painel contou com a presença de três jornalistas notáveis no Brasil: Miriam Leitão, especialista em economia e escritora de A Democracia na Armadilha (Intrínseca, 2021); Ilze Scamparini, correspondente da Globo no Vaticano e autora de Atirem Direto no Meu Coração (HarperCollins, 2021), e Daniela Arbex, famosa jornalista investigativa e autora do livro Holocausto Brasileiro (Intrínseca, 2019). Com a mediação de Guilherme Magalhães, também jornalista e editor de opinião no veículo JOTA, o bate-papo rendeu inúmeras discussões atuais sobre o governo atual e como o jornalismo se apresenta diante disso. 

 

Quatro convidados brancos, sendo três mulheres e um homem, em cadeiras conversando no painel da Bienal.
A Arena Cultural Pólen foi o local escolhido para o debate sobre ser jornalista no Brasil. Imagem: [Arquivo Pessoal/Raquel Tiemi]

Um dos debates levantados relaciona-se com o papel das redes sociais na difusão de informações: seriam elas mais prejudiciais ou mais benéficas? A resposta foi unânime, todas as convidadas concordaram que as mídias mais contribuem do que atrapalham para a disseminação de conhecimento, apesar de existirem algumas exceções, como as fake news espalhadas pelas redes sociais. Assim, Miriam ressaltou a importância de não se ter uma visão maniqueísta sobre o assunto e sim uma reflexiva. 

Além disso, as jornalistas deram dicas para quem está iniciando na profissão agora. Ilze salientou a importância de se respeitar a notícia produzida, e disse que os novos profissionais precisam ser perseverantes, uma vez que a “carreira jornalística é difícil”. Já Daniela disse que é importante desenvolver um trabalho socialmente relevante. Por fim, Miriam contou que aprendeu a se atentar aos detalhes quando busca uma história, e que acha isso importante para qualquer jornalista em formação.

 

 

Encontro com Blanka Lipinska

O encontro com Blanka Lipinska, escritora da trilogia 365 dias (Editora Buzz, 2020), que foi adaptada para filme pela Netflix, começou de maneira bem extrovertida na Bienal do Livro, assim como a convidada. Os livros de Blanka já foram traduzidos para mais de 30 línguas e já estreou em cem países. A conversa foi mediada por Tamires Von Atzingen.

Blanka explicou que o surgimento da trilogia não foi uma ideia preconcebida. A autora estava muito apaixonada e, de acordo com ela, quando se está assim, se pensa que a pessoa amada é a mais incrível do mundo. Porém, quando sua paixão retribui-lhe o amor, o desejo passa. Ela contou que não fazia sexo com o alvo de sua paixão. Assim, surgiu o 365 dias, como uma terapia para sua própria autora. 

Nos livros, para Blanka, o sexo não era algo bom, cativante. Dessa forma, ela quis criar “o sexo perfeito” em sua literatura. No começo da escrita era muito pessoal, como um desabafo. O primeiro livro da trilogia ficou quatro anos parado em uma estante antes de sua publicação.

 

Uma mulher loira branca tatuada e usando blusa preta falando em um microfone em frente ao painel da Bienal Internacional do Livro.
Blanka Lipinska no palco da Arena Cultural. [Arquivo Pessoal/ Caio Andrade]

A mediadora relembra o fato de Blanka ser a autora de maior sucesso da Polônia. A partir disso, ela questiona a polonesa sobre como é o fato de as pessoas ainda desmerecerem seu trabalho. A escritora respondeu dizendo que não escreveu seus livros pensando no público. Tamires perguntou a Blanka qual foi o primeiro país, sem ser sua nação natal, em que o primeiro livro foi publicado. “Infelizmente, a Rússia”, respondeu ela, que levou em consideração o contexto político do país. 

Depois disso, iniciou-se uma conversa sobre a adaptação de seus livros ao audiovisual. De acordo com a escritora, o convite para a adaptação foi bem rápido e ela sempre achou que esse momento chegaria. Um amigo seu é cineasta e quando estavam bêbados em um bar essa possibilidade já havia sido mencionada. Após dois meses dessa conversa, o contrato foi assinado.

Blanka trabalhou diretamente nas adaptações dos livros. No set de filmagens ela era a diretora das cenas sexuais. Anna Marie, atriz que interpreta a protagonista, Laura, foi escolhida por Blanka como a pessoa perfeita para dar vida a tal personagem. Michele Monroe, o galã do filme, foi escolhido também pela autora. Em uma conserva com ela, antes do casting, Michele estava de óculos de sol e ao tirá-lo perguntou para Blanka: “Are you lost, baby girl?”, ou em português, “Está perdida, gatinha?”. Foi nesse momento em que ela percebeu que ele era o ator perfeito. 

A autora aparece nos três filmes como atriz. No primeiro, é a prima de Laura; no segundo, era uma mafiosa, que estava grávida; no terceiro, a autora afirmou que encenará uma personagem muito diferente e divertida que surpreenderá o público.

Então, começaram as perguntas do público da Bienal para Blanka. A primeira feita referia-se à maneira como era o set de filmagem dos filmes. A autora revelou, como muita sinceridade e humor, que o set era repleto de gente nua. Isso, porém, não tirava a diversão nos bastidores. Ela ainda complementa falando que as cenas sexuais presentes no filme não eram reais e eram gravadas com poucos membros da equipe presentes Blanka comentou que tem um vídeo dos bastidores das gravações pronto e que, em breve, publicará a gravação em seu Instagram. Também confessou ao público da Arena Cultural que o  próximo filme sai na segunda metade de agosto.

A segunda pergunta feita foi se ela havia tido algum problema com os atores no decorrer das gravações. Ela confirmou. Disse que desde o começo ela sabia que determinados atritos iriam acontecer, mas que já se preparava para lidar com isso de uma maneira tranquila. 

O terceiro questionamento referia-se à relação entre os dois homens protagonistas do segundo filme, Michele e Simone, nos bastidores. A autora disse que era muito legal ver os dois juntos: “Pareciam dois leões, cheios de amor e carinho um pelo outro”. A irreverência perante a sociedade, permitindo-se viver e tratar de sua sexualidade livremente é uma construção que se faz para o fim desse tabu.

Depois, na quarta pergunta, Blanka foi questionada sobre como uma mulher pode ser sexualmente livre e falar sobre sexo, tirando desse um aspecto de “tabu”. A polonesa disse que se deve dizer: “eu não dou a mínima”. 

A última pergunta, que encerra essa mesa com a polonesa, tocou em assuntos mais polêmicos. A autora foi questionada sobre como lida com os comentários negativos a respeito do fato da protagonista de 365 dias se apaixonar por um sequestrador e se isso se refere à Síndrome de Estocolmo. A escritora confirmou que não vê problema nisso e utilizou-se do desenho A Bela e a Fera (Disney, 1991) para expressar a maneira como as pessoas não prestaram atenção nas problemáticas desse filme infantil, mas focaram nas do livro dela por ser um filme adulto.

 

Como Falar com Crianças Sobre Empatia (Editora Cortez)

A Arena Cultural ficou lotada devido à presença dos convidados Mário Sergio Cortella, filósofo, professor e escritor; Paulo Jebaili, jornalista e escritor, e Edu Fusco, ilustrador do novo livro infantil: Diferentes, sim. Desiguais, jamais! (Cortez, 2022), que foi a base para os debates da mesa. 

 

 

Quatro homens brancos de terno em um painel colorido sendo assistidos por fãs em primeiro plano de costas.
Bate-papo com os autores e ilustrador do livro infantil sobre como lidar com a diferença. Imagem: [Arquivo Pessoal/Raquel Tiemi]

Os palestrantes contaram que a ideia da obra surgiu com Paulo Jebaili pensando em como transmitir reflexões sobre as questões sociais para o público infantil e, assim, contribuir também para a formação dos leitores. Com isso, houve um grande cuidado na produção do livro com o objetivo de não reproduzir estereótipos e preconceitos enraizados na mentalidade da população para educar não somente as crianças, mas as famílias inteiras. Como o próprio nome da mesa estabelece, o tema central da conversa foi empatia, assim, os convidados abordaram diversos aspectos dessa virtude tão necessária. Por exemplo, a sua capacidade de proporcionar maior abertura à diferença e, consequentemente, uma “postura anti-preconceituosa”, nas palavras de Cortella. 

“A empatia é a matéria-prima da generosidade”. A fala de Jebaili simbolizou o objetivo do livro, ao tentar educar a sociedade a agir com empatia e, a partir disso, ser mais gentil. O bate-papo, como um todo, transformou-se mais em uma aula do que uma palestra sobre o livro em si, inclusive, em alguns momentos, não respondendo de fato as perguntas feitas pelo mediador. Mesmo dessa forma, o público não pareceu incomodado, pelo contrário: as pessoas da Arena Cultural se mostraram encantadas pelas palavras de Cortella. Ao final da palestra, ambos os escritores afirmam que a empatia pode ser aprendida e treinada, principalmente nas crianças e a partir da leitura do livro. 

 

Encontro com Tomi Adeyemi e Zoraida Córdova 

A mesa, que reunia Tomi Adeyemi, escritora negra norte-americana que ficou famosa depois da publicação de Filhos de Sangue e Osso (Fantástica Rocco, 2018), e Zoraida Córdova, autora equatoriana conhecida por sua série Brooklyn Brujas, foi mediada por Milena Enevoada, produtora de conteúdo sobre diversidade, e Mayra Sigwalt, mulher indígena produtora de conteúdo para as redes sociais. Como as duas autoras são de fora do Brasil, a intérprete Lila Cruz foi chamada para realizar a tradução.

 

Cinco mulheres olhando para a esquerda com microfones nas mãos na Bienal do Livro.
Encontro com Tomi e Zoraida no Arena Cultural. [Imagem: Arquivo Pessoal/ Caio Andrade]

 

O contato com a ancestralidade foi um tópico abordado por ambas as escritoras na Arena Cultural. Zoraida é do Equador e se mudou para os Estados Unidos, e, por isso, se sentia vivendo duas vidas diferentes. Em casa, os pais sempre falavam espanhol e sua cultura era cultivada, mas na escola ela tinha que falar inglês, e estava rodeada de referências norte-americanas. Então, em suas obras, as criaturas fantásticas vivem em dois mundos, para representar a dualidade da própria autora. Já Tomi diz que resgata sua ancestralidade através de sua avó, que era uma grande contadora de histórias e a aproximou mais de seu passado, como consequência. Além disso, a estadunidense acrescentou que, “se você consegue se concentrar, é possível sentir seus ancestrais te acompanhando e te protegendo”.

Outro tópico abordado pelas mediadoras na Bienal do Livro foi a falta de referências na mídia, e como as autoras perceberam que a escrita delas não era apenas para elas. Tomi contou que, em suas primeiras histórias, os protagonistas eram fisicamente iguais a ela. Entretanto, nos próximos dez anos de escrita, a autora passou a se distanciar dessa semelhança, e passou a escrever sobre personagens brancos. Depois que percebeu a importância de histórias com protagonistas e personagens negros, justamente pela falta de representatividade na literatura fantástica, passou a escrever apenas sobre pessoas que se assemelhacem a ela. Em Filhos de Sangue e Fogo, quanto mais a protagonista Zélie recupera sua força, mais o seu cabelo fica crespo. Esse cenário é, segundo a autora, uma analogia para o fortalecimento com o seu passado e sua ancestralidade, e como isso empodera a personagem. Para Zoraida, a percepção de que suas histórias não eram apenas para ela mesma aconteceu quando a autora foi convidada para dar uma aula sobre escrita em uma escola. Ela contou que algumas crianças disseram que nunca imaginaram que existia uma escritora como elas, e que essa possibilidade nunca passou pela cabeça delas. 

Quando questionadas sobre projetos futuros, ambas as escritoras afirmaram que têm grandes planos para os próximos meses e anos. Tomi disse que está, atualmente, escrevendo o melhor livro da trilogia e que quer fazer um filme. Além disso, ressaltou que sua trajetória na literatura está só começando. Já Zoraida confessou que gosta de escrever sobre vários gêneros, mas que daqui para a frente só escreverá livros de romance, e que seus projetos futuros são sobre histórias de amor trágicas. Completou que gostaria de escrever sobre o espaço, pois esse é um tema nunca explorado por ela. 

As autoras foram muito receptivas com o público e interagiram do começo ao fim, mandando beijos, fazendo corações com as mãos e até falando palavras em português. Entretanto, ainda que não houveram grandes problemas com a tradução, as perguntas realizadas pelas mediadoras foram muito longas, o que não deixou a palestra tão dinâmica. 

 

Encontro Virtual com Alice Oseman

A escritora da série de  sucesso Heartstopper, Alice Oseman, protagonizou uma das mais esperadas atrações da Arena Cultural neste sábado (8), penúltimo dia da Bienal do Livro de São Paulo de 2022. O encontro contou com a mediação de Lila Cruz, também quadrinista, para uma entrevista online de meia hora. Nesse ponto, houve uma decepção por parte dos fãs que desejavam um encontro presencial ou, pelo menos, ao vivo para uma experiência menos impessoal. No entanto, o que se teve foi uma entrevista virtual gravada que foi transmitida para o público. Apesar desse aspecto, a conversa com a Alice Oseman ainda agradou muitos dos fãs, já que liberou conteúdos exclusivos para a Bienal e revelou fatos antes desconhecidos sobre a autora e sobre o livro Heartstopper. Além disso, o fato de ter sido registrado com antecedência e com a disponibilização de legendas automáticas evitou complicações vivenciadas em outras palestras online e internacionais na Arena Cultural, como as questões do áudio e da tradução. 

 

Um telão com duas mulheres projetadas.
A projeção da entrevista virtual com a Alice Oseman na Arena Cultural. [Imagem: Arquivo Pessoal /Raquel Tiemi]

 

A quadrinista revelou muito de seu processo criativo, cultivado desde sua adolescência, quando começou a desenvolver suas técnicas de desenho como passatempo. Nesse ponto, com uma de suas inspirações alguns mangás, principalmente Fruits basket, o que gerou uma grande comoção do público.

A adaptação do livro para as telas também não poderia ficar de fora do debate e Alice comentou sobre a facilidade da transformação para esse novo formato pela semelhança entre o estilo dos quadrinhos e de um roteiro, já que a partir dos desenhos é possível visualizar melhor uma cena. Além disso, essa adaptação permitiu que mais pessoas pudessem conhecer e se apaixonar pela história de Nick e Charlie, protagonistas dos quadrinhos e da série da Netflix. Por fim, a autora ofereceu um conselho para aqueles que estão iniciando sua experiência como artistas independentes: “Tentem não pensar muito sobre a repercussão de seu trabalho, mas no amor pela história e pelos personagens”.

 

Coleção Cthulhu: o fim do ritual

 

Quatro homens sentados olhando para a platéia da Bienal.
Escritores da ficção em quadrinhos no Arena Cultural da Bienal. [Imagem: Arquivo Pessoal/ Caio Andrade]

Na última mesa de sábado estavam Kauren Soarele, Leonel Caldela, Fábio Yabu e Guilherme Del Svaldi, todos os autores da da coleção que dá nome à mesa, inspirada no mundo do RPG. Guilherme Del Svaldi foi o mediador da conversa na Bienal.

O bate-papo começou com Leonel. De acordo com ele, todos os presentes no palco possuíam uma grande vontade de manter a produção de histórias que sigam os mesmos rumos da coleção. Depois, ele agradeceu aos leitores da coleção, já que eles ajudaram na construção da obra, através de uma campanha de financiamento público, que se transformou na maior da América Latina. Através dos recursos adquiridos, quatro livros foram feitos.

Guilherme perguntou a todos: qual a maior dificuldade por trás da criação dessa obra. Kauren iniciou ao dizer que engravidou no meio do processo. Além disso, ela citou a pandemia e os prazos de entrega estabelecidos. De acordo com ela, nos quadrinhos a maior dificuldade era transformar os aspectos do RPG à estrutura das histórias em quadrinhos.

Fábio disse que era muito difícil manter a constância nas produções dos quadrinhos e a fidelidade à obra. Haviam certas referências fotográficas das épocas abordadas, o que tornava o trabalho mais minucioso. 

Leonel, o criador da obra, disse que muitas dificuldades foram, na realidade, auto impostas. Ele comentou sobre a maneira como os romances da coleção foram pautados em uma exploração do passado do universo do RPG. O autor contou que, como havia poucos registros em português e em inglês sobre a época a que se referiram, ele se voltou para o alemão. 

Depois, Guilherme comentou sobre as dificuldades para a produção da obra:para ele, houve muita empolgação com esse projeto e a pesquisa feita foi muito intensa. Sobre o lado mais legal da produção, Karen disse que a complexidade por trás da criação da obra, deixou tudo mais emocionante.Já Fábio comentou que o mais interessante foi observar os momentos históricos se aglutinando. Kauren complementou dizendo que o trabalho em equipe foi outra questão fundamental para esse aspecto da obra.

Por fim, Leonel disse ao público da Bienal do Livro que finalizar essa obra foi uma grande realização pessoal para ele. Seu pai era um físico pesquisador e ele nunca se interessou pela parte de pesquisa Entretanto, descobriu com a apuração para o livro que pesquisar transformou-se em descobrir tesouros. Assim, a palestra foi finalizada com o escritor contando que, para ele, sua carreira se divide em: antes da pesquisa e depois da pesquisa. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima