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Marketing da Sétima Arte – A importância dos trailers na divulgação de um filme

por Amanda Panteri amanda.panteri@gmail.com Com a intenção de seduzir o público sem revelar as suas melhores partes, os trailers de filmes estão presentes nas salas de cinema desde o século passado. Atualmente, segundo Marcos Horácio Azevedo, da produtora Tatuí Filmes, constituem o produto audiovisual mais visto no Youtube, e apesar de possuírem objetivos muito atrelados ao …

Marketing da Sétima Arte – A importância dos trailers na divulgação de um filme Leia mais »

por Amanda Panteri
amanda.panteri@gmail.com

Com a intenção de seduzir o público sem revelar as suas melhores partes, os trailers de filmes estão presentes nas salas de cinema desde o século passado. Atualmente, segundo Marcos Horácio Azevedo, da produtora Tatuí Filmes, constituem o produto audiovisual mais visto no Youtube, e apesar de possuírem objetivos muito atrelados ao marketing, não negam suas raízes artísticas.

A regra é não mostrar o desfecho do filme – ou seja, sem spoilers – mas ainda assim deixar você morrendo de vontade de comprar o ingresso para vê-lo. Esse tipo de estratégia pode impactar tanto na divulgação de um filme que orçamentos generosos são gastos com isso hoje em dia.

Once Upon a Time, In a Movie Theater

Contudo, nem sempre foi assim. Por ser fruto de um objeto artístico, as características e estruturas do trailer variaram bastante conforme o tempo e de acordo com o gênero de cada um. A primeira notícia que se tem de um deles é da década de 1910, quando trechos de As Aventuras de Catarina (The Adventures of Kathlyn, 1913) foram mostrados após uma sessão de cinema nos Estados Unidos. A partir de então, a prática tornou-se comum e foi aperfeiçoada com o tempo.

Até 1950, a produção das prévias era monopolizada pela americana National Screen Service, cujos produtos finais seguiam basicamente a mesma fórmula. As atenções eram voltadas aos atores: destacavam-se as estrelas dos filmes com grandes letreiros chamativos, como mostra a prévia de E o Vento Levou (Gone With the Wind, 1939), abaixo.

Com o tempo, passou-se a valorizar a narração. A explicação da trama através de uma voz imponente e marcante serviu para imortalizar nomes como o de Don LaFontaine, que muito provavelmente você já deve ter escutado em alguma sala de cinema por aí (abaixo, LaFontaine narrando o trailer de Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988), de Tim Burton.)

https://www.youtube.com/watch?v=2hovKm9oFiM

Hoje em dia, esses recursos se tornaram um pouco obsoletos e perderam espaço para as boas trilhas sonoras, mesmo que algumas prévias ainda apostem nas fórmulas antigas. Os do gênero fantasia, por exemplo, são frequentemente combinados com as narrações até hoje, e parecem ser a melhor estratégia para trazer o espectador para dentro da história rapidamente. Abaixo, o trailer de O Caçador e a Rainha do Gelo (The Huntsman: Winter’s War, 2016) que, apesar de ser recente, utiliza a técnica da narração.

A famosa frase “in a world…” (“em um mundo…”), já utilizada milhares de vezes, é associada inconscientemente com os contos de fadas que costumávamos ouvir quando crianças, gerando assim identificação e preparando quem assiste para um enredo fantástico.

Os Trailers Atualmente

Não foi somente o trailer em si que mudou bastante conforme o tempo. A sua divulgação e distribuição também se modificaram, e atualmente recebem muito mais atenção. Geralmente lança-se um teaser de no máximo trinta segundos em antecipação a ele, garantindo visibilidade e expectativa. O trailer mesmo dura aproximadamente dois minutos e meio, e dependendo do orçamento do filme, ganha mais de uma versão. Além disso, à medida que a data de lançamento se aproxima, a frequência com que ele é exibido nas telonas aumenta consideravelmente.

Quem decide o que vai ser mostrado ou não são os produtores e distribuidores. Por isso, a essência do filme pode ser deixada de lado em vista de um maior alcance de público – muitos são repletos de piadas ou cenas de ação, por exemplo, mesmo que o longa não as tenha como foco.

As músicas são muito valorizadas. Chegam a custar entre cinco mil a dois milhões de dólares, e incluem nomes desde Jay Z até Hans Zimmer – que às vezes são contratados para compor apenas alguns segundos de trilha. É comum encontrarmos também covers de canções antigas, como o que ocorreu com Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016), cujo trailer traz Bohemian Rhapsody, do Queen (abaixo).

Made In BR

Apesar de ainda ser muito incipiente no Brasil, esse tipo de mercado conta com duas produtoras nacionais, a Tatuí e a Movietrailer. Elas são responsáveis principalmente por produzir os vídeos no país, mas também adaptam os materiais que chegam do exterior para que estes possam fazer sentido aqui. Faroeste Caboclo (2013), produzido pela Movietrailer, foi o trailer nacional mais visto no Youtube (abaixo).

As prévias de filmes não escondem seu caráter de propaganda. Porém, e principalmente com a ajuda da internet, elas estão ganhando cada vez mais atenção na construção do longa como um todo e ficando cada vez mais elaboradas, exigindo esforços que vão muito além de apenas juntar as cenas mais interessantes.

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