Estrelado por Charlize Theron, Tully (2018), veio para desmistificar a maternidade e mostrar um outro lado dessa fase tão esperada por algumas mulheres. Dirigido por Jason Reitman e praticamente carregado nas costas pela atuação da atriz protagonista, o longa traz às telas Marlo, uma mãe que vive sobrecarregada com os trabalhos de casa, o cuidado com as crianças e a ausência do marido.
A trama começa apresentando a realidade vivida pela personagem. Mãe de dois filhos e grávida do terceiro, ela vive uma vida à sombra do irmão, que na trama é a representação de tudo que ela não tem. A filha mais velha de Marlo é uma garota normal, enquanto o filho do meio, Jonah, apresenta algum distúrbio psicológico não revelado no filme. Assim, nessas condições, a incapacidade psicológica de Marlo já deixa claro que a chegada de uma nova criança não era o melhor naquele momento.
Após o nascimento de Mia, sua terceira filha, Marlo sofre com as repetidas noites em claro e com cansaço físico e psicológico. Dessa forma, seu irmão, interpretado por Mark Duplass, em uma tentativa de ajudá-la, se oferece para contratar uma babá noturna para cuidar de Mia enquanto ela dorme.
Em um primeiro momento Marlo rejeita a ideia do irmão, mas após sua situação emocional piorar consideravelmente, ela aceita e contrata Tully, interpretada por Mackenzie Davis. A chegada da nova personagem traz estranhamento de início, mas logo prova ter sido a melhor escolha. Após algumas noites, Marlo se recupera e a personagem entra em uma nova fase.
O trabalho de Tully, de apenas 26 anos, vai além dos cuidados com Mia. Com o passar das cenas percebemos que a jovem é como uma terapeuta para Marlo. Após ouvir cada uma de suas angústias, Tully ajuda Marlo a se tornar a mãe que sempre quis, e dá forças para que ela enfrente os problemas em seu relacionamento com o pai das crianças. Nessa parte do filme, voltamos a ter esperança e acreditar no bem estar da personagem.
Contudo, no final o filme acaba revelando algo extraordinário que demonstra ainda mais o poder de Marlo e sua condição psicológica. É surpreendente como espectador descobrir que basicamente fomos enganados o filme inteiro. Por fim, o longa termina trazendo ao público um final inesperado, porém necessário.
Confira o trailer:
por Gabrielle Torquato
gabrielletorquato17@usp.br