Por Rafael Bezerra

As cestas, o jogo coletivo e o uso exclusivo dos braços trazem uma semelhança quase imediata com o basquete. Porém, as diferenças entre o corfebol e o famoso esporte norte-americano, certamente, ainda são muito grandes.
Assim como o rugby, esse esporte – muito conhecido na Europa – busca seu reconhecimento no Brasil. E, apesar de ainda estar conquistando seu espaço no cenário nacional, o Corfebol (ou Korfbal) já se destaca por ser um esporte misto, ou seja, com equipes formadas por homens E mulheres. Contudo, antes de nos aprofundar nas regras e novidades desse jogo, vamos conhecer um pouco de sua trajetória.
Dica nº 1: é um país da Europa
O Corfebol, diferentemente do que se pode imaginar, é um esporte centenário: foi criado na Holanda em 1902, pelo professor de Educação Física Nico Broekhuysen. O holandês buscou inspiração em um jogo, chamado Ringball, que ele conheceu na Suécia durante um torneio de verão. Por coincidência, a Associação de Educação Física de Amsterdã estava à procura de alguma modalidade capaz de incluir crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos – levando em conta que, no início do século XX, a participação feminina nos esportes era praticamente nula.
Dessa forma, o Corfebol – que, em holandês, significa “bola ao cesto” – ganhou notoriedade, sendo introduzido por Broekhuysen nas escolas holandesas e, posteriormente, espalhando-se pelo país e pelos territórios coloniais holandeses. Em 1903, foi fundada a Associação Holandesa de Corfebol e, em 1920, o esporte foi modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, na Bélgica. O país, a partir daquele ano, viria a desenvolver o esporte.
A Federação Internacional de Corfebol foi finalmente criada em 1933. Entretanto, o esporte começa a se espalhar pelo mundo apenas após a Segunda Guerra Mundial, quando alguns países europeus – como Reino Unido, Espanha, Dinamarca, Alemanha – e asiáticos começam a praticá-lo. O apoio dos holandeses e belgas, potências do Corfebol até os dias de hoje, foi fundamental na promoção do esporte nos países vizinhos.
O primeiro torneio internacional de Corfebol viria bem mais tarde: apenas em 1963, com a participação inicial de Holanda, Bélgica e Seleções Britânicas. Esse campeonato foi disputado anualmente até 1974, quando a Alemanha Ocidental iniciou sua participação na modalidade. Com o posterior aumento de seleções inscritas, foi criado um Campeonato Europeu de Corfebol, disputado a cada quatro anos.

O Corfebol em terras brasileiras

(Foto: Federação de Corfebol do Estado do Rio de Janeiro)
O esporte demorou para chegar ao Brasil. Foi apenas na década de 1980, após um grupo de estudantes cariocas viajar para a Holanda, que o Corfebol entrou no país. Entretanto, a falta de apoio e patrocínio inviabilizaram o projeto de expansão da modalidade.
Ainda assim, em 1999, o professor de educação física Marcelo Soares liderou os esforços de oficializar o esporte no Brasil, que se tornou um dos 43 países membros da Federação Internacional de Corfebol. Soares ainda ficou encarregado de divulgar a modalidade pela América do Sul.
Conceitos Básicos

As partidas possuem duração de 60 minutos, divididos em dois tempos de mesma duração. Cada equipe é formada por 4 homens e 4 mulheres (sendo que metade fica posicionada na defesa). A cada duas cestas, os defensores viram atacantes e vice-versa.
O objetivo de um jogo de Corfebol é marcar mais pontos que o adversário para conseguir a vitória. Para marcar pontos, cada equipe deve arremessar a bola dentro de uma cesta (que vale um único ponto). Assim como na maioria dos esportes, o início e reinício das partidas é feito a partir do meio-campo.
Não é permitido aos jogadores tocar a bola com as pernas, pés, joelho, ou punhos. Quicar a bola e retirá-la das mãos de um companheiro de time/adversário também são práticas proibidas, assim como carregar a redonda enquanto corre. A marcação deve ser individual (homem marca homem, mulher marca mulher) e, caso ocorra uma marcação dupla, o árbitro pode assinalar uma penalidade (semelhante ao Lance Livre, do basquete).