Imagem: João Vitor Ferreira
O rapper paulistano Rincon Sapiência, ou Manicongo (nomes artísticos de Danilo Albert Ambrosio), comemorou, junto com sua banda, o aniversário de um ano do seu primeiro CD, “Galanga Livre”. O show ocorreu na Casa Natura Musical, na noite do último dia 2.
Galanga Livre foi lançado no dia 25 de maio de 2017 e possui esse nome por causa de um conto, escrito pelo próprio Rincon, de mesmo nome. Segundo a história, Galanga era um escravo que se viu obrigado a fugir no engenho após cometer um crime bárbaro. A história é contada na primeira faixa do disco: “Crime Bárbaro” e durante o show, o rapper explicou o contexto de maneira energética, incendiando o público para a “pedrada” que viria a seguir.
O diferencial da noite foi a diversidade musical apresentada. Manicongo sempre foi um grande fã de rock, como foi contado durante o evento, e esse ritmo se mostrou muito presente, seja de uma forma mais pesada, como em “Crime Bárbaro” ou de uma forma mais melódica, como em “Vida Longa”.
Além de fazer o público pular e bater cabeça nos sons mais pesados, Rincon fez a galera sambar ao som de “Meu Bloco”, que possui um ritmo carnavalesco com uma bateria de escola de samba no beat. A percussão também marcou presença na mais conhecida “A Coisa Tá Preta” e se misturou com o berimbau para dar uma estética africana ao som.
Quando o rap mostrou mais sua essência, Rincon deu um show a parte. O MC apresentou muita presença de palco em “Ostentação À Pobreza”, contagiando a plateia que cantou e gritou com ele as frases de protesto da faixa. Em “Afro Rep” todo o swing dos artistas foi colocado em prática com o “passinho Manicongo”, dança criada pelo próprio Rincon e que se tornou viral na internet. A desenvoltura dele e sua banda também foi mostrada em “Ponta de Lança”, o primeiro single de grande sucesso do rapper, o público acompanhou o MC verso a verso, fazendo desse um dos momentos mais bonitos e animados do show.
Muito do espetáculo se deve à banda de Rincon. Composta por DJ Asma, Pé Beat (bateria), Nicolas Carneiro (baixo), Robson Heloyn (guitarra), Dudu Ramos (percussão), Kiko Souza (teclado) e James Bantu (Backing Vocal), todos se mostraram muito presentes no palco, acompanhando o rappernas danças e ajudando a transmitir energia ao público. Destaque especial ao James Buntu e sua performance: dançou e pulou o tempo todo (até mais que o dono do show em algumas horas) e fez um belo trabalho como cantor de apoio.
Em meio toda animação e de batidas agitadas, sobrou espaço para a lovesong “A Noite É Nossa”. Talvez o momento mais tranquilo do show, mas contribuiu muito para compor o espetáculo e criou um clima para os vários casais presentes.
E para encerrar a noite em grande estilo, Rincon transformou o seu show em um baile funk. Fazendo um medley com vários sucessos como: Bololo HaHa, do MC Bin Laden e Bum Bum Tam Tam, do MC Fioti, o rapper conseguiu fazer a galera dar o último gás, e rebolar durante os minutos finais do show. Após uma primeira leva de funk, Rincon agradeceu aos presentes e elogiou todos que estavam dançando desde o começo e ainda fez o convite para subir no palco e dançar com ele e sua banda. O resultado disso, foi um encerramento de show muito gratificante para todos os presentes e, principalmente, para aqueles menos acanhados, que tiveram a oportunidade de interagir um pouco com o seu ídolo.
Do começo ao fim, o show não deixou a desejar em nenhum aspecto: Rincon mostrou uma ótima performance, tanto cantando (que já era de se esperar) mas principalmente na interação com o público e na presença de palco junto de sua banda. A escolha do setlist também foi primordial para o andamento do show, cada música passou uma atmosfera diferente e no momento certo, o que foi fundamental para transformar aquela noite em um momento memorável para todos os presentes.
Por João Vitor Ferreira
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