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Comida de Porteco: o bar da família, do samba e de uma porção de sabores

Recém inaugurado na zona norte de São Paulo, local oferece espaço para crianças e cardápio que valoriza a cultura nacional
Por Fernanda Franco (fernanda.francoxavier@usp.br)

Ambiente familiar, samba raiz e um cardápio com ingredientes brasileiros que homenageia grandes nomes da música nacional. Todos esses elementos compõem o Comida de Porteco, um bar que se propõe a ser diferente com a cultura clássica do Brasil. Inaugurado em agosto deste ano, oferece uma experiência de boteco em um espaço tradicionalmente de restaurante que agrada a todos os públicos, inclusive crianças — preenchendo uma lacuna dos bares paulistas, que não costumam atender a faixa etária.

Dos retratos nas paredes à boa recepção, adentrar o Porteco é como entrar numa casa. O terraço, localizado no segundo andar, é o espaço mais cobiçado pelos clientes por sua vista privilegiada para a rua e um brinquedão para as crianças.

Localizado a 20 minutos da estação de metrô Santana da Linha 1 Azul, o Porteco foi pensado justamente para um público que tem crianças, mas que não quer abrir mão de curtir uma música, assistir um jogo e comer e beber bem, tudo em um ambiente tranquilo.

Fachada do Porteco
Fachada do bar durante a noite [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

Uma história de família e de outros bares

Apesar de recém inaugurado, o Comida de Porteco tem uma história de longa data que remete a outras duas empresas já existentes na região. É o que conta o dono do bar, Bruno Luciano, sobre o início do empreendimento: “Tudo começou em setembro de 2016 quando meus pais e eu começamos a vender feijoada. Deu muito certo e no ano seguinte comecei a fazer hambúrguer, daí veio o Porco Atrevido, e logo depois o Porco Atrevido Defumados”. 

Ao contrário do que se pensa, o grupo não vende apenas produtos suínos. Na verdade, os estabelecimentos levam o nome do porco em alusão à feijoada e à comida de boteco. Desde o início, as três empresas são tocadas pela família de Bruno, identificada nos retratos do bar. Com a criação do Comida de Porteco, a rede agora tem mais uma boa opção de restaurante na região.

“Antes as pessoas aqui da zona norte que queriam ir para um bar legal, se divertir, iam até a zona sul ou o centro. Então quis criar um restaurante que atendesse bem o público daqui e que valorizasse a região também”, conta Bruno, que desde a inauguração recebe muitos clientes do Porco Atrevido, do próprio bairro e os que vêm por conta das redes sociais, já com mais de cinco mil seguidores no Instagram

Nascido e criado na zona norte, Bruno se diz “muito regional” e que busca ser uma referência gastronômica na região [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

Ele acrescenta que seu maior foco está em administrar muito bem os restaurantes que possui. “Quero que as pessoas venham aqui e se sintam felizes e acolhidas”. Por isso, valoriza o contato direto com o público para saber como e onde melhorar no atendimento. “Acredito que comida boa tem que ser obrigação. Então, a gente tenta sempre ter um atendimento diferenciado para que a pessoa tenha uma boa experiência e retorne”, afirma o dono do Porteco.  

Bar, restaurante ou boteco, para Bruno tudo bem essas três denominações. O importante é oferecer um serviço de qualidade com o melhor do Brasil. 

Música e ambiente

Foi ao som de Almir Guineto, Art Popular e Fundo de Quintal que os repórteres da Jornalismo Júnior foram recebidos no Comida de Porteco, quando o restaurante estava com somente três semanas de atividade, mas funcionando a todo vapor. 

Enquanto o Porco Atrevido só toca pagode, no Comida de Porteco se ouve apenas samba raiz. A música suave acompanha o cliente da calçada ao banheiro, que também possui caixas de som, assim como a sala de amamentação e o trocador para crianças ao lado do Espaço Kids

Aos finais de semana e feriados, o bar oferece rodas de música ao vivo, além da habitual transmissão de jogos de futebol, que são exibidos sem som em respeito a todos os públicos. O restaurante também aceita pets. 

Destaques do menu 100% autoral 

O cardápio não é grande, mas oferece ótimas opções para variados públicos. Bolinho para petiscar, porções para quem vai em grupos, tábuas de carne para a família e lanches para um casal, por exemplo. Tudo feito na hora e de forma manual. 

Inteiramente criado pelo Bruno, o cardápio teve como inspiração receitas familiares e nomes consagrados do samba brasileiro — todos explicados no próprio menu — como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e Alexandre Pires, que nomeiam o carro-chefe da casa: os bolinhos.    

O bolinho da Beth (R$ 13), feito com costelinha suína defumada levemente picante, é o mais pedido. Seguido pelo bolinho SPC — Só Pra Contrariar (R$ 11), de pão de queijo frito com carne de porco defumado, e pelo clássico bolinho de carne do Zeca (R$ 10). 

Feitos com carne defumada suculenta por dentro e crocância por fora, os bolinhos são acompanhados por um molho de ervas com salsa, cebolinha e pimenta [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

Um dos pontos fortes do Porteco é a coquetelaria, que atende tanto o público que prefere algo gostoso e menos alcoólico, como o que prefere os saborosos drinks com álcool. Além das clássicas caipirinhas e cervejas, as bebidas mais indicadas pelo dono são: Macunaíma (R$ 28), Negroni (R$ 30) e Negroni Sour (R$ 34).  

Os destaques não alcoólicos são os soft drinks Magali (R$ 16) de melancia com morango; Seu Jorge (R$ 19) de capim cidreira, xarope de açúcar e suco de limão; Maricota (R$ 18) com mate, limão e xarope de mel; e Jojô (R$ 19) de suco de limão, xarope de mel e gengibre. 

De todos esses, o drink Magali é o mais saboroso. A junção de morango e melancia oferece um sabor doce e refrescante que combina com todos os pratos. O Jojô também é uma opção interessante para quem prefere uma bebida mais ácida, quente e, ao mesmo tempo, levemente picante.  

Coquetéis não alcoólicos Magali e Maricota [Imagem: Fernanda Franco/Acervo Pessoal]

O segundo prato mais vendido são os sandubas, como são chamados no cardápio. Nesta edição do Água na Boca foram experimentados o Pernil (R$ 36) e o Cupim Defumado (R$ 44), ambos servidos no pão francês bem recheado com carne. Dentre tantos pratos com pernil, o sanduíche de cupim certamente desperta os sentidos com sua textura macia e o molho de manjericão com tomate, que deixa o lanche ainda mais saboroso e o cliente com vontade de pedir mais um.   

Uma curiosidade quanto ao tempero do pernil, é que ele é feito antes da defumação —  uma receita da família de Bruno e um dos maiores sucessos do restaurante. 

Sanduba de cupim defumado com pesto de manjericão com rúcula e tomate [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

O tira gosto é uma opção interessante para dividir. Entre outros sabores, o de queijo parmesão com salame faz uma combinação forte e interessante com o drink Magali, que é mais doce e suave. O tira gosto é servido em pedaços e pode vir acompanhado de azeitonas recheadas com alho, servidas em unidade.

Tira gosto de queijo, salame e azeitona recheada com alho (R$ 37) [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

Além dos pratos e bebidas em destaque, o cardápio possui outros pratos atrativos como coxinha, pizzas e doces de sobremesa. Há também opções para crianças, como o adicional arroz, feijão e pastelzinho. 

Todo domingo, o Porteco oferece um prato especial que costuma lotar o bar. Até agora, já foram baião de dois com picanha, feijoada, filé mignon a parmegiana e churrasquinho. 

Por que ir ao Porteco? 

Conhecer um lugar novo com uma porção de sabores únicos é uma das justificativas. Mas, o bar também funciona para saídas básicas durante a semana com amigos e familiares, como tomar uma cerveja e assistir um jogo sem abrir mão de levar a criança. 

“Conheci o restaurante pelo instagram e achei o lugar muito atraente e diferente. Tem espaço para criança e isso também foi um fator de decisão”, diz Willian Pereira, analista de marketing e morador do bairro, ao visitar o Comida de Porteco pela primeira vez. 

William e seus amigos curtem o Porteco durante a semana [Imagem: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal]

O Porteco abre de terça a domingo. Das 17h às 23h de terça a quinta, das 17h às 23h30 nas sextas, de 12h30 às 23h30 aos sábados e das 12h às 20h nos domingos. Está localizado na Rua Souza Lopes, 283, Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo. 

*Imagem de capa: Guilherme Farpa/Acervo Pessoal

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